A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (9), a Operação Fora do Caixa, desdobramento da Operação Lava Jato, com o objetivo de cumprir seis mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária nas cidades de Belém, Palmas, em Tocantins, e Brasília, no Distrito Federal. Os mandados estão divididos em três buscas e apreensões e uma prisão temporária no Pará, uma prisão temporária e uma busca e apreensão em Tocantins e duas buscas e apreensões no Distrito Federal.
A investigação teve início a partir da colaboração premiada feita por executivos da empresa Odebrecht, os quais relataram o pagamento de R$ 1,5 milhão, através de Caixa 2, para candidato ao Governo do Estado do Pará nas eleições de 2014. Segundo o depoimento dos executivos foram realizadas três entregas, nos valores de R$ 500 mil reais cada, nos meses de setembro e outubro de 2014, sendo que o recebimento foi intermediado por um ex-Senador da República vinculado ao então candidato ao governo Estado do Pará.
O ex-senador Luiz Otávio Campos (MDB) foi preso no âmbito da ação, em Belém, sob suspeita de ter intermediado os pagamentos.
Durante a investigação foram encontrados indícios que pelo menos um dos pagamentos foi realizado em endereço ligado a parentes do ex-Senador da República citado pelos executivos. Os crimes sob investigação são de falsidade ideológica eleitoral (Caixa 2), formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
A investigação iniciou perante o Supremo Tribunal Federal, entretanto houve declínio de competência para Justiça Eleitoral em Belém, a partir da confirmação do entendimento sobre a competência da Justiça Eleitoral para processar e julgar crimes comuns em conexão com crimes eleitorais. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara da Justiça Eleitoral em Belém/PA. O nome da operação faz referência ao recebimento de recursos eleitorais não contabilizados.
Outro lado
Em entrevista à RBATV, o advogado do ex-senador Luiz Otávio Campos, Jorge Medeiros, reforça a informação de que “este é um processo antigo, que por diversas vezes seu cliente foi ouvido em depoimento e que sempre ressaltou, em todos eles, que todas as doações foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral”.
O inquérito, presidido pelo delegado Bruno Benassuly, foi instaurado em 2014 e estava há dois anos sem nenhuma movimentação. Inclusive, a decisão da juíza eleitoral Daniela Bührnhein é de 19 de dezembro de 2019 e só agora, 20 dias depois, é que foi cumprida.
Governador
Em sua rede social, o governador Helder Barbalho comentou sobre a operação da Polícia Federal. “Afirmo que não sou alvo da ação. Minha campanha ao Governo do Pará, em 2014, foi feita dentro da legislação vigente à época”, escreveu. O governador ressaltou ainda que as doações oriundas da empresa Odebrech foram integralmente declaradas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e suas contas aprovadas pela Justiça Eleitoral. “Reitero o compromisso com a lisura de todo processo eleitoral e com o trabalho da Justiça”.
Fonte: O Liberal