Lucas Eduardo Sousa da Silva, ex-soldado da Polícia Militar do Pará, foi condenado a 18 anos e 1 mês de prisão pelo crime de homicídio qualificado. A vítima foi Janary “Narym” Aguiar da Silva, assassinado dentro de uma oficina da rua Santo Antônio, setor Morada da Paz, em Redenção. Os dois homens apontados pela Polícia Civil como mandantes, Romildo Lopes da Silva e Maycon Jhion Alves de Sousa (“Mauá”), foram absolvidos.
O crime ocorreu em 25 de janeiro de 2023. Pelas investigações da equipe da Delegacia de Homicídios de Redenção, a motivação foi o controle do tráfico de drogas. A PC apontou que Romildo, pai do ex-policial, e Maycon “Mauá” encomendaram a morte de Janary. Foram rastreadas conversas sobre a execução e também o pagamento pelo crime. Alejandro Oliveira Pires de Sousa foi o comparsa de Lucas no dia dos disparos e segue preso.
O júri ocorreu durante nos dias 13 e 14 de fevereiro, no Fórum da Comarca de Redenção, presidido pelo juiz Keller Vieira Lino Junior. Participaram a promotoria criminal da Comarca de Redenção e advogados de defesa de Lucas, Romildo e Maycon. Todos foram presos em 27 de abril de 2023, alvos da operação “Venator”.
Após apurar os fatos e dar tempo de defesa, a Corregedoria da PM iniciou o processo disciplinar contra Lucas em 2 de maio de 2024, mas ele recorreu em 29 de agosto e a decisão final só foi publicada no Diário Oficial no dia 28 de novembro, sendo irrecorrível e o excluindo definitivamente da corporação.
Alejandro teve o processo desmembrado e ainda não foi julgado pelo homicídio de Janary, no qual atuou como piloto da moto usada por Lucas. No entanto, já foi condenado pelo crime de latrocínio, ocorrido no dia seguinte à morte de Janary, vitimando o vigilante de uma cerâmica que fica na zona rural de Redenção. Romildo e Maycon “Mauá” já receberam alvará de soltura e estão em liberdade.
Disputa pelo controle do tráfico de drogas e a operação ‘Venator’
Janary “Narym”, como mostram as investigações da Delegacia de Homicídios de Redenção, integrava uma organização criminosa do Rio de Janeiro (Comando Vermelho) e já havia sido condenado por tráfico. Romildo e Maycon “Mauá”, dizem os policiais, eram membros de uma facção de São Paulo (PCC), sendo líderes locais em Redenção e tinham registros de antecedentes criminais no Pará, Tocantins e Maranhão. Romildo respondeu por tráfico, roubo, sequestro e outros crimes. “Mauá” já foi condenado por tráfico.
No dia da operação “Venator”, Lucas foi detido enquanto trabalhava na cidade de Pau d’Arco. Romildo foi preso na cidade de Araguaína (TO). Maycon “Mauá” foi preso no município de Balsas (MA). A PC informa que no momento da prisão, Maycon estava com outros dois criminosos de Redenção, sob posse de drogas e outros itens que caracterizavam tráfico de drogas.
Também na operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em diversos endereços, sendo localizada a arma utilizada no crime que vitimou Janary: uma pistola calibre .380 com numeração raspada, além de drogas e das vestimentas do executor.
O Fato Regional respeita o princípio da presunção de inocência e sempre abre espaço para a defesa dos mencionados em casos policiais — se os advogados ou envolvidos acharem conveniente quaisquer manifestações —, garantindo amplo direito ao contraditório.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)
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