A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou na segunda-feira (3), que dois pacientes de Ananindeua tiveram resultado negativo para o novo coronavírus. Os exames, segundo a Sespa, foram realizados pelo Laboratório Central (Lacen-PA) e Instituto Evandro Chagas (IEC).
De acordo com a secretaria, os pacientes apresentaram sinais e sintomas como febre, dor de cabeça e coriza, após viagem a país com transmissão sustentada. Na segunda-feira, o Ministério da Saúde divulgou boletim informando que o estado teve dois casos suspeitos e dois descartados. Segundo a Sespa, os números ainda serão atualizados para quatro casos descartados.
Divergências entre os números divulgados pelos estados e o balanço do Ministério da Saúde podem ser notadas devido ao aumento significativo do volume de notificações ao ministério. Um dos quadros investigados no Pará foi um morador de Belém, de 55 anos, que teve contato com o caso confirmado de São Paulo, o primeiro no país.
Outro paciente, de 35 anos, internado em um hospital particular de Belém. Ambos também tiveram suspeita descartada, após análises.
O Pará teve, ainda, outros dois casos que não foram considerados suspeitos pelo Ministério da Saúde – o tripulante que morreu em um navio ancorado próximo ao distrito de Mosqueiro e uma mulher, de 47 anos, de Santarém, que apresentou quadro gripal após ter ido recentemente à Itália.
Casos só são oficialmente reconhecidos como suspeitos do novo coronavírus após confirmação do Ministério da Saúde.
Genoma
Em menos de 48 horas após o registro do segundo caso de infecção por coronavírus no País, uma equipe de pesquisadores brasileiros conseguiu novamente sequenciar o genoma do vírus. São os mesmos cientistas que tinham feito o primeiro sequenciamento, em um procedimento que deve virar rotina para a doença.
E a nova análise mostra que o patógeno do segundo caso é levemente diferente do primeiro. Pela análise, o primeiro tinha se assemelhado mais com vírus que haviam sido sequenciados na Alemanha. Já o segundo se aproxima mais de vírus sequenciados na Inglaterra. E ambos são diferentes das sequências chinesas.
Nos dois casos, porém, os pacientes foram contaminados na Itália, mas, como cientistas italianos ainda não apresentaram os sequenciamentos dos vírus que estão no país, a comparação não pôde ser feita com o material de lá.
Segundo a pesquisadora Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP), que compõe os esforços de sequenciamento com pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz e da Faculdade de Medicina da USP, essas variações confirmam que a transmissão interna entre os países da Europa já está bem estabelecida.
Fonte: O Liberal