As exportações paraenses de madeira se mantêm fora da curva decrescente pelo Estado. No acumulado de janeiro a agosto deste ano, o comércio internacional do produto registrou alta de cerca de 97% no valor (US$ 273,9 milhões) e 19,5% na quantidade (189 mil toneladas) exportada.
De acordo com representantes do setor produtivo, um dos motivos por trás desse crescimento foi a alta do dólar no período, somada ao desabastecimento de produtos de madeira no mercado mundial, o que fez com que os preços desses itens subissem. “Não à toa, observamos um grande crescimento no valor, de quase 100%, mas um aumento não tão grande assim na quantidade exportada, de menos de 20%”, explica o consultor técnico da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), Guilherme Carvalho. O preço médio do produto girou em torno de US$ 1,5 mil/tonelada.
Outro fator que ajuda a explicar esse crescimento é o escoamento de cargas represadas desde o ano passado, como explica o diretor técnico da Aimex, Deryck Martins: “em 2021, além da pandemia de Covid-19, também enfrentamos um grande problema com a estrutura dos órgãos ambientais, sobretudo no Pará, que acabaram não conseguindo acompanhar o ritmo da produção, para a emissão das documentações necessárias. Com isso, muitas cargas que já estavam prontas para embarque, acabaram represadas e estão sendo vendidas somente agora”, explica.
No entanto, apesar do robusto crescimento no período, os analistas alertam para o resultado de agosto, que se apresentou como o pior desde janeiro, com US$ 20 milhões movimentados e uma produção de 14 mil toneladas.
Principais destinos
O balanço também aponta os principais destinos da madeira paraense. Os Estados Unidos ainda se mantêm como o principal destino da produção de madeira paraense.
“Os produtos mais exportados são pisos e dekings, utilizado na construção civil. É importante destacar que nesse comparativo entre os meses analisados nesse balanço, já foi possível observar uma queda no percentual, tanto em valor em dólar quanto na quantidade. Esse comportamento reforça a instabilidade do mercado mundial”, conclui Guilherme.