Alunos da faculdade Fesar, de Redenção, no sul do Pará, estão sendo convocados a retornar às aulas presenciais na instituição. E isso vem preocupando alunos, que ainda não tiveram uma resposta concreta da instituição sobre obrigatoriedade da presença física. Por enquanto, foram retomadas as atividades práticas de laboratórios.
As aulas estavam previstas para retornar nesta segunda-feira (15), no mesmo dia em que a prefeitura reconheceu que o sistema de saúde público e privado colapsou e tem até fila de espera, por conta da pandemia de covid-19. O portal Fato Regional foi procurado por estudantes, que terão a identidade preservada.
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Em mensagens nos grupos e redes sociais digitais da faculdade, o argumento é que o decreto municipal prevê aulas presenciais dos cursos relacionados a saúde e segurança, desde que com cumprimento de protocolos de segurança sanitária específicos.
A Fesar tem garantido aos estudantes que todos os protocolos são seguidos dentro da instituição. Por outro lado, como ressaltam estudantes, a instituição não tem como proteger os alunos, professores e funcionários fora: eles precisam se deslocar para sair de casa e voltar e fazer outras tarefas, que não garantem total segurança na faculdade.
Alunos do curso de Medicina, um dos obrigados a retornar, criticam a insistência de retomar aulas presenciais, sendo que a saúde de Redenção está colapsada. E ainda, o estado do Pará, como um todo, está em bandeiramento vermelho (risco altíssimo de covid-19) e com a região metropolitana de Belém em lockdown. Dizem ser um contrassenso. Nem mesmo os cursos de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade do Estado do Pará (Uepa), referências no Norte do país, estão funcionando presencialmente.
“Queremos que a Fesar reveja essa obrigatoriedade porque não é seguro, neste momento, ficarmos nos deslocando e tendo aulas presenciais. As salas ainda são pequenas para a quantidade de alunos. E ainda que sejamos do curso de Medicina, que em breve estará lidando com crises de saúde como a pandemia de covid-19, ainda somos estudantes. O próprio município não tem mais leitos. Então se formos retomar as aulas, que a faculdade nos dê garantia de assistir remotamente e de não punir quem não está se sentindo seguro em ir presencialmente”, comentou um dos alunos.
O portal Fato Regional entrou em contato com a Fesar nesta segunda-feira (15). Ninguém se prontificou a dar explicações por telefone e a diretora-geral não estava na instituição. Uma coordenadora pediu que os questionamentos fossem repassados por e-mail, o que foi feito. Até esta terça, não houve resposta. Ninguém atendeu ao telefone no final da tarde desta terça, em nova tentativa de contato. O espaço para posicionamentos segue aberto para quando a instituição responder à demanda.
(Da Redação Fato Regional)