terça-feira, 21 de maio de 2024

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Famílias indígenas no Pará pedem 500 cestas básicas mensais frente pandemia

Sem sair da aldeia, elas estão passando necessidades por causa do coronavírus

As famílias indígenas da Terra Alto Rio Guamá, no município de Paragominas, no Pará, estão solicitando a aquisição de 500 cestas básicas mensais. É que, por causa das medidas determinadas em função da pandemia do novo coronavírus, elas estão impossibilitadas de se deslocar para fazer a compra de alimentos e materiais de higiene básica, essenciais para garantir a segurança alimentar e a saúde coletiva dessas comunidades.

O apelo é feito pela Associação das Mulheres Indígenas do Gurupi (AMIG), que foi criada em outubro de 2018 para promover a defesa dos direitos indígenas, usos, costumes e tradições. E, também, para buscar a melhoria da qualidade de vida nas aldeias indígenas da terra indígena Alto Rio Guamá, localizada nos municípios de Paragominas, Santa Luzia do Pará  e Nova Esperança do Piriá, no nordeste paraense

Pedidos ao poder municipal

No dia 30 de março agora, a AMIG encaminhou ofício à Secretaria Municipal de Assistência Social de Paragominas. No documento, a entidade informa que as famílias indígenas do município de Paragominas, na Terra Indígena Alto Rio Guamá, “são grupos sociais vulneráveis que necessitam, neste momento de pandemia, serem atendidas urgentemente pelos programas sociais dos governos federal, estadual e municipal”.

Por isso, a associação solicita que a secretaria  “possa proceder, in loco, a realização do Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal para as famílias indígenas da Terra Indígena Alto Rio Guamá, no município de Paragominas”. Acrescenta o documento: “Sugerimos que possamos agendar a data do Cadastro Único, uma vez que diversas  famílias estão sem benefício algum que as possa amparar neste momento e sofrendo com o horizonte do isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus”.

Lideranças entre mulheres indígenas mobilizam açõesLideranças entre mulheres indígenas mobilizam ações (Elivaldo Pamplona / O LIberal)

Indígenas só têm alimento tirado da floresta

A AMIG também solicita “uma assistência emergencial às famílias indígenas e o envio, com urgência, dos benefícios sociais enviados pelo governo federal”. Quem assina o documento este documento é a presidente da Associação das Mulheres Indígenas do Gurupi (AMIG), Valsanta Tembé.

No dia seguinte, datado do 31 de março, a associação encaminhou ofício ao Ministério Público Federal em Paragominas. No documento, a entidade reafirma que as famílias indígenas do município de Paragominas são grupo social vulnerável e que necessitam, neste momento de pandemia, serem atendidas urgentemente pelos programas sociais dos governos federal, estadual e municipal.

A entidade solicita ao MPF “que possa intervir junto aos órgãos de assistência desses governos para favorecer na integridade física das famílias indígenas da Terra Alto Rio Guamá, em Paragominas, por meio da aquisição de 500 cestas básicas  mensais, pois estamos sem possibilidade de deslocamento para compra de alimentos e materiais de higiene básica, essenciais para garantir nossa segurança alimentar e nossa saúde coletiva”.

E também solicita “uma assistência emergencial às famílias indígenas e o envio, com urgência, dos benefícios sociais enviados pelo governo federal”.

A redação integrada de O Liberal apurou que as famílias estão passando necessidade e que têm apenas o alimento retirado da floresta. No entanto, precisam de arroz e feijão, além de sabão e outros artigos de higiene.

Sem higiene, dizem, podem ser acometidos de outras doenças e, dessa forma, ter que sair da aldeia em busca de atendimento médico, o que prejudicaria o isolamento social.

É crítica, portanto, a situação na aldeia, afirmam. Os indígenas que têm seu ganho mensal não podem ir à cidade para comprar mantimentos e nem produtos de higiene, já que não podem sair da aldeia.


A redação integrada de O Liberal está entrando em contato com a prefeitura de Paragominas e com o MPF para saber quais serão as providências tomadas. Acompanhe.

 

 

Fonte: O Liberal