Feira de Saberes e Sementes valoriza cultura indígena Kayapó

Encontro reuniu 230 indígenas de 40 aldeias Kayapó para troca de sementes, valorização dos saberes tradicionais e fortalecimento da agrobiodiversidade.
Representantes de 40 aldeias Kayapó se reúnem para trocar sementes, compartilhar saberes e celebrar a cultura ancestral. (Foto: Sete Soluções)

Aconteceu nesta semana, em Conceição do Araguaia, sul do Pará, a Feira de Saberes e Sementes, evento que reuniu 230 indígenas de 40 aldeias Kayapó para a troca de sementes nativas da floresta, medicinais e frutíferas.

A iniciativa reconhece e fortalece conhecimentos ancestrais, valoriza práticas tradicionais, rituais, a relação espiritual com a terra e incentiva a autonomia e a sustentabilidade econômica nas aldeias.

A Feira integra as ações do Plano Básico Ambiental Componente Indígena Kayapó, de responsabilidade da unidade de mineração Onça Puma, da Vale Metais Básicos, dentro do processo de licenciamento ambiental federal.

O evento contou com apoio do Instituto Federal do Pará (IFPA), Funai, Embrapa e da Sete Soluções — contratada pela Vale para execução do plano — além da participação de mais de 70 discentes, docentes e pesquisadores.

Takaktyx Kayapó, da aldeia Turedjãm, destacou a importância da iniciativa.

“A feira de sementes é muito importante para a população Kayapó de cada região de Cumaru, Bannach, Ourilândia e São Félix do Xingu, porque assim podemos conhecer e trocar novas sementes, aprender mais sobre o uso, produzir e utilizar em nossas comunidades.”
Para a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Terezinha Dias, feiras como essa têm papel essencial na conservação e fortalecimento da agrobiodiversidade.

“No contexto da ciência, a feira é muito mais que um evento — é um método que promove, estimula e empodera agricultores tradicionais indígenas como mantenedores dessa rica agrobiodiversidade. Também é uma oportunidade para resgatar sementes escassas ou desaparecidas nos territórios”, explicou.

Além da troca de sementes, a programação incluiu apresentações culturais indígenas, mesas-redondas sobre biodiversidade e saberes tradicionais, oficinas de biojoias e produção de quadros artísticos com sementes.

O evento reforçou a importância da soberania alimentar, da conexão com a terra e do fortalecimento dos laços comunitários entre os povos originários.


(Da Redação do Fato Regional).

 

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