O Pará registrou em julho de 2025 uma queda de 74,3% nos focos de queimadas em comparação com julho de 2024, conforme dados do Núcleo de Monitoramento Hidrometeorológico (NMH), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), com base em imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
No ano passado, o estado enfrentou condições climáticas adversas, como o fenômeno El Niño e o Dipolo do Atlântico, que contribuíram para uma forte estiagem e o aumento dos incêndios florestais. Em julho de 2024, foram registrados 3.265 focos de calor, número que caiu para 837 em julho de 2025.
Essa redução é atribuída ao fortalecimento das políticas públicas de prevenção e combate a incêndios florestais, além das condições climáticas mais favoráveis registradas neste ano, com chuvas dentro da normalidade e menor influência dos fenômenos extremos.
O governador Helder Barbalho ressaltou que os resultados refletem o compromisso do governo estadual com a preservação da Amazônia e a qualidade de vida da população.
Segundo ele, o combate efetivo às queimadas é fundamental para a conservação dos recursos naturais e para o desenvolvimento sustentável da região.

Uma das ações estruturantes para essa redução foi o lançamento, em 2025, do Programa Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Pepif), conhecido como Pará Sem Fogo.
Desenvolvido em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar, o programa atua em quatro frentes principais: monitoramento em tempo real, prevenção baseada em ciência, resposta rápida coordenada e capacitação de brigadas locais.
O estado identificou 22 áreas com risco médio a alto de incêndios e mantém um centro de monitoramento climático que utiliza satélites, sensores térmicos e dados meteorológicos para acompanhar o desmatamento e os focos de calor em tempo real.
Além disso, o Pepif prevê a criação de um Centro Integrado Multiagências, que reunirá ações da Semas, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Secretaria dos Povos Indígenas (Sepi) e Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) em um comando unificado para combater os incêndios.
Neste mês, a Semas também realizou uma oficina de construção participativa do programa, envolvendo representantes da sociedade civil, pesquisadores e órgãos públicos para definir diretrizes de longo prazo para o uso ordenado do fogo no estado.
Para o secretário Raul Protázio Romão, a redução expressiva nos focos de queimadas é resultado do esforço coletivo do Pará, que tem investido em fiscalização, tecnologia e diálogo com municípios e comunidades locais.
Entre os municípios com as maiores quedas, Itaituba liderou o ranking, com uma redução de 88,4% nos focos — de 719 em 2024 para 83 em 2025. Altamira e São Félix do Xingu registraram quedas de 66,3% e 74,7%, respectivamente.
Municípios como Novo Progresso e Jacareacanga, que estavam entre os mais afetados em 2024, tiveram quedas suficientes para sair do topo da lista estadual.
(Da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Pará).
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