O reforço de duzentos agentes da Força Nacional, e 40 viaturas, às ações dos órgãos de segurança pública na região metropolitana de Belém deve terminar na terça-feira (25), segundo o governo do Estado. Especialistas, governo e até a população se dividem sobre os resultados da presença da Tropa Federal nos últimos três meses.
A vinda da tropa foi promessa de campanha do governador Helder Barbalho, mas o reforço veio em número reduzido. Os agentes atuaram em sete bairros da região metropolitana.
Para a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup), os objetivos da atuação da Força Nacional foram alcançados. Um deles foi o apoio na implantação do projeto Territórios Pela Paz.
O secretário adjunto de Operações da Segup, Rômulo Rodovalho, disse que houve meses em que não foram registrados homicídios nos bairros onde houve atuação. “A Força Nacional atuou dentro de uma estratégia semanal, elaborada pelo sistema de segurança, em horários específicos, que realmente precisavam de reforço de policiamento. Os números mostram que foi efetiva a atuação”, afirmou.
Em 2018, o Pará registrou 3.709 homicídios, de acordo com o Altas da Violência. Belém foi considerada a capital com mais mortes violentas do país, com índice maior que o dobro da média nacional – 77 mortes por 100 mil habitantes.
De acordo com a Segup, de janeiro até então, o número de mortes violentar reduziu quase pela metade na região metropolitana, se comparado ao mesmo período de 2018. Com a saída da Força Nacional, o governo disse que vai colocar mais 430 policiais nas ruas.
Para o especialista em segurança, Paulo Nunes é preciso fazer outros investimentos. “Nós temos no Brasil, em geral, índices que não chegam a 10% de elucidação dos crimes violentos, então precisa investir na polícia judiciária. Às vezes, o bandido comete diversos crimes, e não é preso. Não basta fazer o policiamento ostensivo, precisa de inteligência, investigação, para eliminar o crime, através da investigação, punição e condenação”, explicou.