Após a prisão do médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, nesta quarta-feira (29/9), em Anápolis, a cerca de 55 km da capital goiana, a aromaterapeuta Kethleen Carneiro relatou que foi abusada por ele durante uma consulta, quando ela tinha apenas 12 anos.
“Em seguida, ele me pediu para tirar a roupa de novo e colocar aquele pano por cima. Eu fiquei sem reação. Ele veio com a ideia de me mostrar o ‘ponto G’. Eu estava sem entender e não tive reação. Fiquei paralisada. Eu não falei para ninguém. Na época não era tão falado. Agora eu entendo que aquilo foi um abuso”, disse ela.
O nome da vítima foi divulgado pois ela fez um vídeo nas redes sociais sobre o relato do caso e o perfil é aberto. A mulher, inclusive, incentiva que outras possíveis vítimas denunciem o médico.
Sex Fraud
O médico ginecologista é suspeito do crime de violação sexual mediante fraude contra três vítimas da cidade goiana. O profissional já tem uma condenação pelo mesmo crime em Brasília (DF). Uma paciente do Paraná chegou a denunciar e registrar ocorrência contra o médico por violação sexual, mas o caso foi arquivado.
A Polícia Civil de Goiás divulgou uma foto do ginecologista, pois podem existir outras vítimas, já que o suspeito teria atuado em outras unidades da federação. De acordo com a corporação, a divulgação atende a Portaria da Polícia Civil de Goiás nº 547/2021 e a Lei 13.869.
Nicodemos tem registro profissional ativo em Goiás, Pará, Paraná e Distrito Federal, segundo a polícia. Até o momento, a Deam de Anápolis já ouviu seis vítimas. No entanto, de acordo com a Polícia Civil, cerca de 30 vítimas já ligaram na delegacia. Segundo a corporação, as mulheres são sobretudo de Goiânia, Brasília e Pirenópolis.
Além da prisão, foi cumprido um mandado de busca e apreensão contra o profissional. A operação foi batizada de Sex Fraud. O Metrópoles não conseguiu localizar a defesa do médico para se manifestar sobre o caso.
Investigação
Em nota, a defesa do médico disse que “até onde teve acesso ao inquérito, consta somente o simples exercício profissional do médico especialista em ginecologia e que em nenhum momento realizou qualquer tipo de procedimento médico com cunho sexual”.
Já o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou, também por meio de nota, que soube das denúncias contra o profissional nesta quarta-feira e que “vai apurar o caso e a conduta do médico no exercício profissional”.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Isabella Joy, Nicodemos escolhia pacientes jovens, bonitas e que estavam sozinhas. Segundo as investigações, ele praticava atos libidinosos nas mulheres durante consultas ou exames.
Fonte: Metrópoles