quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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Governo do Estado sanciona lei e o ritmo brega já é patrimônio cultural e imaterial do Pará

Os aspectos cultural, social e econômico do brega foram destacados na solenidade realizada no Teatro Estação Gasômetro.
Governador Helder Barbalho mostra a lei sancionada, declarando o brega patrimônio da cultura paraenseFoto: Alex Ribeiro - Ag. Pará

Na noite desta quarta-feira (15), o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), sancionou a lei que declara o “Ritmo Brega” integrante do Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Pará. O Projeto de Lei foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa (Alepa), no último dia 24 de agosto.

O ato de assinatura da Lei ocorreu no Teatro Estação Gasômetro, no Parque da Residência, em Belém, e contou com a presença do governador Helder Barbalho; da Secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal; da deputada estadual Ana Cunha (PSDB), autora da Lei; do deputado Francisco Melo (Chicão), presidente da Alepa; da deputada Marinor Brito (PSOL), representante da Câmara de Cultura na Alepa; Michel Pinho, secretário Municipal de Cultura de Belém, e outros gestores de municípios paraenses.

Para prestigiar a categoria, o governador Helder Barbalho chamou ao palco todos os músicos, compositores, dançarinos, representantes de aparelhagens e demais trabalhadores da cultura ligados ao brega, antes de iniciar seu pronunciamento.

Grandeza musical – “Gostaria de começar saudando aqueles que fazem o brega, que transformaram esse ritmo na sua grandeza, e que hoje temos o privilégio e a honra de imortalizá-lo. Apesar de o que o imortaliza não é uma lei; o que o imortaliza é a grandeza em que todos vocês transformaram esse ritmo, que se confunde com a história do nosso Estado, que se confunde com cada um de nós. Certamente, não tem um paraense, por mais travado que seja, que já não tenha pelo menos tentado um passo de brega. Se não, não é paraense ou não mora aqui. O brega está para nossa música como o açaí está para nossa gastronomia, como Nossa Senhora de Nazaré  está para os católicos e nossa fé. Isso é fantástico, porque demonstra a grandeza do nosso Pará. Um Estado que, efetivamente, podemos dizer que tem cultura da música, da dança, da gastronomia, da sua história, e assim por diante. Quero dizer que estou muito feliz, particularmente. Vocês, artistas do brega, fazem parte da minha história”, destacou o governador.Helder Barbalho chamou ao palco artistas e demais trabalhadores que consolidam suas carreiras com a música e a dançaFoto: Alex Ribeiro – Ag. Pará

A deputada Ana Cunha destacou a sanção da Lei como uma conquista do povo paraense. “Começo agradecendo a Deus, porque ele me deu a oportunidade de ter amigos. Esses queridos amigos do brega estão hoje aqui, e eu bato palmas a vocês, porque  vocês fazem a alegria de muitos paraenses. É uma satisfação muito grande poder estar na Assembleia Legislativa do Estado, e agora participar da sanção de uma lei que nada mais é do que  reconhecer o que todos esses homens e mulheres  transformam o nosso Estado. O mérito é de vocês. Nós apenas, como legisladores, estamos reconhecendo o que vocês fazem e já fizeram por esse Estado”, ressaltou a parlamentar.

A importância econômica e social do brega foi ressaltada pela secretária Ursula Vidal. Segundo ela, “com certeza esse é um momento muito importante para nossa cultura. O brega é uma fonte onde tantos músicos, tantos intérpretes, beberam para a criação de outros ritmos, inclusive. Quem nunca dançou as mais marcantes ou chorou uma dor de cotovelo? O brega tem até todo um léxico, né? De expressões que são muito características suas. Esse projeto de lei foi um acerto muito grande da nossa deputada estadual Ana Cunha, e muito importante que tenha sido aprovado pela nossa Assembleia Legislativa. Nosso governador Helder Barbalho também está muito feliz com esse reconhecimento do brega como patrimônio cultural paraense, esse ritmo que é tão nosso e tão importante também para a geração de emprego e renda de uma imensa cadeia produtiva de trabalhadores e trabalhadoras da cultura. Estamos falando de músicos, de técnicos, de DJs, da turma das aparelhagens, onde há muitas pessoas empregadas. Da turma, também, que trabalha dentro dos empreendimentos de lazer, das casas noturnas, das  próprias rádios paraenses, que são muito mobilizadas nessa profusão de produção que o brega gerou. São muitos cantores, compositores, bregas sempre relançados, regravados. Então, estamos falando de uma manifestação da cultura paraense muito importante para a nossa identidade, mas muito importante também para nossa geração de emprego e renda”.

Agradecimentos – “É uma emoção muito grande. Eu digo que a gente deve isso ao público, porque foi ele que consagrou a música, que escuta a música em casa, nas suas festas, na bicicleta, na moto, no carro. Temos que agradecer ao público. Nós, artistas, somos só os intermediários desse mergulho harmônico, dessas letras maravilhosas, desse poder que o brega tem de sempre estar se renovando. O brega é uma fênix. Ele surpreende a gente. Eu me sinto lisonjeada de fazer parte desse momento histórico”, disse a cantora Rosemarie, ex-integrante da banda Warilou.A solenidade foi encerrada com show de vários artistas que levam aos palcos o ritmo bregaFoto: Mário Quadros / Secult

Também emocionado, o cantor Benny, da Banda Pérola Negra, relembrou sua trajetória de mais de 25 anos interpretando sucessos do brega, e declarou estar imensamente grato por participar da solenidade. “Esse é um momento ímpar pra nós, que somos do brega. Primeiramente, agradeço a Deus e depois ao nosso governador Helder Barbalho, porque muitos governantes passaram e não tiveram essa sensibilidade de reconhecer a nossa música paraense, a verdadeira raiz do Pará”, afirmou o cantor.


Após a cerimônia, houve programação gratuita, com show de artistas do brega paraense, como os cantores Alan Rodrigo, Sonel Farias, Nilk Oliveira, Carlos da Luz, Waldo César, Lima Neto, Alberto Moreno, Tarcísio França, Rony Nascimento, Gerson Thirrê, e do Projeto “Os reis do brega”, com participação especial da cantora Rosemarie. Os espetáculos fizeram uma homenagem aos artistas já falecidos Frankito Lopes, Rubens Mota, Teddy Max e Maestro Didi.

 

 

 

 

 

 

Fonte: Agência Pará.