quinta-feira, 2 de maio de 2024

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Governo do Pará participa da apresentação do plano nacional de imunização. Vacinas podem chegar em janeiro.

Ministro da Saúde volta a falar numa prazo de 45 a 60 dias para vacinar a população. Grupos prioritários agora incluem povos tradicionais e pessoas em situação de rua. Entenda o plano.
(Foto: Agência Pará)

O Plano Nacional de Imunização, que apresenta as metas e estratégias para vacinar a população contra a covid-19, foi apresentado nesta quarta-feira (16), em Brasília. A apresentação teve a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O governador Helder Barbalho participou, junto a outros governadores. Ele voltou de lá com a expectativa de iniciar a imunização dos paraenses ainda em janeiro de 2021.

Pazuello, no entanto, voltou a colocar prazos de 45 a 60 dias para registro final das vacinas e autorização junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Isso levaria a campanha a começar, de fato, para fevereiro ou mais. No entanto, esse posicionamento não exclui o uso emergencial para os grupos prioritários. No plano apresentado, pessoas em situação de rua e povos tradicionais — ribeirinhos, quilombolas e indígenas — foram incluídos como prioridades.

“Hoje tivemos uma resposta que, efetivamente, o Governo Federal estará cumprindo com a responsabilidade de tratar de maneira igualitária todos os brasileiros e garantir a vacina para todas as 27 unidades da Federação. É algo que devemos crer e festejar, ao tempo em que, aguardaremos os prazos efetivos para estabelecer com a população o compromisso da imunização e vacinação. A expectativa é que nós tenhamos em janeiro o início da vacinação para primeira fase. Isto é que os governadores esperam e o que nós desejamos para que, a partir da primeira fase, haja uma convocação nacional de imunização para proteger a população”, declarou Helder Barbalho.

Na solenidade de apresentação, Bolsonaro mudou um pouco o tom da narrativa que vinha adotando e defendeu a união no combate ao coronavírus sars-cov-2, causador da pandemia de covid-19. Ele também reconheceu o empenho dos governadores na busca por soluções. Também defendeu a atuação da Anvisa e do Ministério da Saúde.

“A grande força que demonstramos agora é a união para buscar a solução de algo que nos aflige há meses. Se algum de nós extrapolou ou até exagerou, foi no afã de buscar solução. Obviamente, estamos tratando de vidas. Temos uma Anvisa, que sempre foi referência para todos nós, que continua tendo participação fundamental na decisão de qual vacina deve ser apresentada de forma gratuita e voluntária para todos brasileiros”, afirmou o presidente.

Eduardo Pazuello afirmou que todas as vacinas serão incluídas no plano — incluindo a CoronaVac, da chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan — e que a execução irá avançar em ações articuladas com estados e municípios, em quatro etapas iniciais. “Todas as vacinas produzidas no Brasil, pelo Butantan, pela Fiocruz ou por qualquer indústria, terá a prioridade do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirmou.

“Se conseguir manter o planejado do Butantã e Fiocruz, de apresentar fase 3 dos estudos, e toda a documentação de fase 1 e 2, ainda em dezembro à Anvisa, aí teremos janeiro para a análise da Anvisa e possivelmente em meados de fevereiro para frente estejamos com essas vacinas recebidas e registradas para iniciar o plano”, analisou o ministro.

Até que todos estejam imunizados e a covid-19 totalmente sobre controle, todos devem continuar usando máscaras, como o próprio Zé Gotinha (Foto: Agência Pará)

 

Como funcionará o plano e cada etapa

Inicialmente, cerca de 350 milhões de doses de imunizantes deverão ser adquiridas em 2021, sendo que a vacinação deve exigir duas aplicações em cada pessoa. As quatro primeiras etapas serão para prioridades. As três primeiras devem imunizar 49,65 milhões de pessoas. Nessa etapa inicial, a avaliação para utilizar doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, que será fabricada pela Fiocruz, além de aplicar a vacina da Pfizer em profissionais de saúde de capitais e regiões metropolitanas que atuaram na pandemia. A ideia é receber 2 milhões de doses da Pfizer no primeiro trimestre de 2021.

No começo da fila estão trabalhadores da área de saúde, em todos os setores de atendimento de linha de frente e suporte. E ainda: povos tradicionais, pessoas com 60 anos ou mais em instituições de cuidado e pessoas de 75 anos ou mais.

Na segunda fase estão os idosos entre 60 e 74 anos. A fase três será com pessoas que têm comorbidades, como diabetes mellitus, hipertensão arterial grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer, obesidade grau III. Nessa fase também serão vacinadas pessoas com deficiência permanente severa.

A quarta fase chega aos trabalhadores da educação, população em situação de rua, membros das forças de segurança e salvamento, trabalhadores do transporte coletivo e transportadores rodoviários de carga e funcionários do sistema prisional e população carcerária.


Cada fase deve durar cerca de um mês. A expectativa então de que a campanha ampla (para todos os públicos), que pode se estender até 2022, se necessário, é de começar até o final do primeiro semestre. Como ainda há negociações entre fabricantes de vacinas, registros, testes e análise dos primeiros resultados, algumas coisas ainda podem mudar.

(Victor Furtado, da Redação Fato Regional, com informações da Agência Pará)