sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Governo Federal continua travado e avaliação do presidente cai ainda mais

Tais índices são os piores desde o início do mandato do presidente.

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), encerrou mais uma semana de trabalho com novas – e velhas – confusões em seu núcleo político, vendo sua aprovação popular despencar cada vez mais. Em pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nessa quinta-feira (27.06.2019),32% dos entrevistados avaliam o governo de Bolsonaro como ruim ou péssimo, mesmo quantitativo dos que consideram a gestão ótima ou boa. Os dados foram coletados junto a 2.000 pessoas em 126 municípios brasileiros, entre os dias 20 e 26 de junho. Tais índices são os piores desde o início do mandato do presidente.

Paralelamente a isso, em viagem internacional para Osaka, no Japão, onde foi participar da cúpula de líderes do G-20, Bolsonaro teve de lidar com a situação da presença de um sargento da Aeronáutica, no avião presidencial reserva, portando 39 kg de cocaína e sendo preso em Sevilla, na Espanha. O caso ainda vai passar por todo o processo de investigação, mas não há como negar que o fato em si gera um desconforto político desnecessário no entorno da Presidência da República.

Em Osaka, aliás, Bolsonaro buscou uma proximidade maior com o presidente norte-americano Donald Trump, de quem o mandatário brasileiro é declaradamente fã. E, como ponto positivo desse encontro, um importante acordo comercial celebrado entre Mercosul e União Europeia, culminando um processo de negociações que durante praticamente 20 anos.

No âmbito nacional, todavia, o presidente continua se imiscuindo em temas menos relevantes e deixando agenda política mais prioritária. A “confusão” desta vez foi a respeito da sede do GP do Brasil de Fórmula 1 a partir de 2021. Bolsonaro defende que a prova do principal campeonato de automobilismo do mundo seja realizada no Rio de Janeiro, chegando inclusive a anunciar tal mudança com a presença de várias autoridades políticas, esportivas e empresariais. Nesse contexto, não há como negar que há uma velada e (in)formal disputa pela atenção do eleitorado com o governador de São Paulo, João Dória Júnior, que pretende manter o GP em seu Estado.

Essa disputa política, de certa forma, mesmo com mais de 3 anos de antecedência (!) já tem em vista o pleito presidencial de 2022. Ressalte-se, ainda, o fato de que Bolsonaro sempre se mostrou contrário ao instituto da reeleição para cargos executivos, mas seus atos recentes vêm indicando que ele mudou de opinião e que cogita, sim, disputar uma recondução ao cargo daqui a 3 anos e meio.

Ainda no aspecto interno, outro ponto que chamou a atenção foi a prisão de vários suspeitos de envolvimento no esquema de candidaturas laranjas do PSL no pleito de 2018. Entre os investigadores e presos temporariamente, um assessor direto de Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo, que seria um dos líderes do suposto esquema.

E a Reforma da Previdência? Ela tem caminhado, ainda que com algumas dificuldades, no Congresso Nacional, apesar dos desajustes do Poder Executivo e da incapacidade de governar demostrada até o momento por Jair Bolsonaro e por parte de sua equipe. O Congresso Nacional, liderado pelos presidentes Rodrigo Maia (DEM-RJ), da Câmara, e Davi Alcolumbre (DEM-AP), do Senado, vem tratando a temática com sua própria pauta e seguindo sua agenda.


Muito falatório, melhorias quase nulas na economia, pouca proposição política e a inabilidade para gerenciar crises: estes vêm sendo alguns dos elementos dos “capítulos repetidos” que vêm marcando a atual gestão. Parte da população vem percebendo isso e se manifestando negativamente em relação ao governo federal nas pesquisas de opinião. E a pergunta que fica é: diante de tantos desacertos, o país retomará, enfim, um ritmo de crescimento/desenvolvimento, com dias melhores para o povo brasileiro?

 

 

Fonte: Rodolfo Marques/OLIBERAL.COM