segunda-feira, 16 de setembro de 2024

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Governo Federal libera R$ 7,2 bilhões para compra internacional de 1 milhão de toneladas de arroz

Serão adquiridas 1 milhão de toneladas de arroz dos fornecedores com os preços mais competitivos, entre os países com produção reconhecida no mercado global. O governo volta a explicar que não se trata de concorrência com os produtores do Brasil, mas garantia de que os preços não vão subir com a retomada da política de estoques de alimentos.
Atualmente, 70% da produção e oferta de arroz no Brasil, que também importa o cereal do Mercosul e da Tailândia, vem do Rio Grande do Sul, que segue sendo castigado pelas mudanças climáticas e inabilidade política do governo do estado e prefeituras em lidar com a crise, levando à cautela de criar estoques públicos de arroz (Foto: Governo Federal)

O Governo Federal publicou duas medidas provisórias (1.224/2024 e 1.225/2024) que autorizam a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a comprar até um milhão de toneladas de arroz estrangeiro. Com isso, os recursos liberados chegam a R$ 7,2 bilhões para evitar aumentos bruscos de preços devido à crise político-climática do Rio Grande do Sul, responsável por 70% do arroz produzido no Brasil.

O arroz importado será vendido ao consumidor pelo preço tabelado de R$ 4 por quilo. Possivelmente serão embalagens de 2 quilos e que serão comercializadas com o logotipo do Governo Federal. Dessa forma, o Governo Federal retoma, oficialmente, a política de estoque de alimentos gerenciada pela Conab. A medida ajuda a controlar preços, garantir alimentos ao consumidor e foi descontinuada entre os governo de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

Por nota, o Governo Federal informou que “Os estoques adquiridos pela Conab serão destinados à venda direta para mercados de vizinhança, supermercados, hipermercados, atacarejos e estabelecimentos comerciais com ampla rede de pontos de venda nas regiões metropolitanas. Esses estabelecimentos comerciais deverão vender o arroz exclusivamente para o consumidor final”.

Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, reforçou que a iniciativa visa evitar alta nos preços. O arroz importado não irá concorrer com os agricultores brasileiros. “Já conversei com os produtores para deixar claro que não é para concorrer com o nosso arroz. Não queremos qualquer peso no bolso do brasileiro. Queremos estabilidade e comida na mesa”, disse.

Por ora, não há risco de desabastecimento de arroz e nem necessidade de fazer compras para estocar. Porém, se a crise continuar se prolongando no Rio Grande do Sul, pode haver variações de preços no mercado nacional. E não, o arroz que será comprado não é sintético, nem de plástico e nem contem lombrigas geneticamente modificadas, como pessoas insistem em dizer ao compartilhar notícias falsas. O arroz será o tipo 1, de melhor qualidade.

Com a crise, num primeiro momento, produtores apontavam risco de desabastecimento de um dos alimentos que é base da alimentação do povo brasileiro. E foi por isso que o Governo Federal anunciou a importação. Os produtores voltaram atrás e garantiram que havia estoque suficiente.

Essa é a segunda vez que o Governo Federal fala em compra de arroz internacional. Na primeira, quando foram zeradas alíquotas de importação e anunciado um leilão para compra de arroz, países do Mercosul — principais fornecedores do Brasil — aumentaram os preços em 30% e a compra foi adiada. Capitalismo funciona assim. É o livre mercado que não se importa com as necessidades e crises alheias.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)


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