Uma audiência pública discutiu nesta quarta-feira (19) na sede da Justiça Federal em Marabá, sudeste do Pará, o andamento de processo movido pelos indígenas Xikrin contra os projetos Salobo e S11D da mineradora Vale.
A associação que representa o povo Xikrin quer que o projeto Salobo seja paralisado até que seja feito um estudo de componentes indígenas, que permita a avaliação dos impactos da mineração. Os índios também querem uma compensação financeira mensal até a conclusão do processo.
Os indígenas se reuniram com representantes do Ministério Público Federal (MPF), Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Vale. Segundo o advogado da Associação Indígena Bayprã de Defesa do Povo Xikrin, José Diogo de Oliveira, há irregularidades em dois empreendimentos instalados pela mineradora no Pará. “Há poluição do rio Itacaiúnas, no igarapé Salobo e outros corpos hídricos da região”, afirmou.
Salobo é o maior projeto de cobre desenvolvimento pela Vale no Brasil. A mina, que está em operação desde 2012, fica localizada em Marabá. Já o Complexo S11D, em operação desde 2016, fica em Canaã dos Carajás e é o maior projeto de exploração de ferro do mundo.
Além do suposto descumprimento das condicionantes ambientais, os indígenas também denunciam a falta de assistência médica.
A Justiça aguarda um parecer que deve ser enviado pela mineradora e uma nova audiência deve ocorrer no próximo mês.
Em nota, a Vale informou que os projetos S11D e Salobo estão regularmente licenciados e cumprem rigorosamente o que determina a legislação ambiental e as condicionantes estabelecidas. A Vale disse ainda que, desde 2006, faz repasse de valores à comunidade Xikrin, que totaliza até março deste ano, aproximadamente R$150 milhões.
Fonte: G1 Pará