sábado, 23 de novembro de 2024

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Índios Kayapó ocupam praça de Tucumã em manifesto pela permanência da SESAI

Mais de 200 índios ocupam a praça central de Tucumã em manifesto.

A manhã desta quarta-feira (27) começou agitada no município de Tucumã, sudeste paraense. Isso porque, cerca de 250 índios da etnia Kayapó, tomam conta da praça Ronan Magalhães, centro da cidade, em manifestação contra o Governo Federal que, segundo eles, quer acabar com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) que, é o único órgão que cuida e se preocupa, exclusivamente, com a saúde indígena.

De acordo com o cacique Bep Rotim da aldeia Momidjam, a SESAI seria inserida na Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), fazendo com que a mesma (SESAI) perca sua autonomia, ou seja, passando para os municípios esse poder e, com isso, a situação da saúde dos índios estaria prejudicada.

“Eles mal conseguem olhar pela saúde do ‘branco’, que está aqui dentro da cidade e tem uma demanda muito superior ao do índio, imagina olhar por nós, que moramos lá pra dentro do mato. Estamos há mais de 20 anos pedindo melhorias para nossa saúde e nada é feito. Agora eles querem acabar com o único órgão que atende diretamente a nossa demanda de saúde? Não podemos permitir. Hoje estamos aqui querendo chamar atenção do povo para os nossos problemas, pois, não temos quem olhe por nós. Se adoecermos e precisamos de uma ambulância para nos socorrer, vão tirar da cidade pra atender a gente? Não vão. Pois a demanda do ‘branco’ é maior que a nossa, logo, eles vão priorizar e, por isso não podemos deixar que nos tratem dessa forma, que nos deixem desassistidos”, reclama.


Além dos indígenas que residem em Tucumã, estão compondo a manifestação, índios que residem em aldeias de Ourilândia do Norte. “Não merecemos que cortem o recurso voltado para a saúde do indígena, nem que acabem com a SESAI, pois, é o único órgão que está ali para defender a nossa causa, olhar por nós. Isso não está certo e vamos lutar contra esse tipo de abuso de poder”, fala o cacique.

 

 

Da Redação Fato Regional