quinta-feira, 16 de maio de 2024

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Inquérito de chacina no Guamá tem até dez dias para ser concluído

Investigações realizadas pela Polícia Civil já desvendaram as 11 mortes.

O Sistema de Segurança Pública divulgou, na tarde da última sexta-feira (24), em entrevista coletiva a jornalistas, que as investigações realizadas pela Polícia Civil já desvendaram as 11 mortes ocorridas no bairro do Guamá, no domingo passado. Ao todo, oito pessoas estão envolvidas no crime. Entre os acusados, quatro policiais militares. Um dos militares foi preso hoje durante a operação Kratos (Deus da Guerra na mitologia grega) deflagrada pela Polícia Civil em conjunto com a Polícia Militar, para cumprir mandados de prisão decretados pela Justiça. No final da tarde, outro policial militar acusado do crime se entregou na sede da Delegacia-Geral, em Belém. As investigações já definiram duas possíveis motivações do crime. O inquérito agora tem dez dias de prazo legal para ser concluído e 0remetido ao Poder Judiciário.

As investigações, até o momento, resultaram em cinco pessoas presas: Edivaldo dos Santos Santana; Aguinaldo Torres Pinto; Jaisson Costa Serra, e os policiais militares Wellington Almeida Oliveira e Pedro Josimar Nogueira da Silva. Estão foragidos um homem identificado como Diel, e os policiais militares Fernandes de Lima e José Maria da Silva Nogueira. Durante a operação Kratos, foi preso o cabo Wellington Almeida Oliveira por ordem judicial de prisão preventiva. No final da tarde, o cabo Pedro Josimar Nogueira da Silva se entregou na Delegacia-Geral.

A coletiva de imprensa foi presidida pelo secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Uálame Machado, e contou com as presenças do delegado-geral Alberto Teixeira; do coronel Dilson Junior, comandante-geral da Polícia Militar, e do secretário Extraordinário de Estado para Assuntos Penitenciários, Jarbas Vasconcelos. O secretário Uálame Machado destacou que o compromisso assumido pelo Sistema de Segurança Pública para desvendar o crime o mais rápido possível, assim como em todos os crimes ocorridos este ano. “A gente trabalha firmemente e vêm reduzindo os índices de violência durante estes primeiros meses de gestão para que os crimes não ocorram. Obviamente um ou outro crime vai ocorrer e a gente tem que dar uma resposta célere e eficaz, para que possamos dar o exemplo da não impunidade”, salienta.

Machado destacou a atuação integrada das Polícias, do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves e do Sistema Penitenciário, e também do Serviço de Inteligência. “Conseguimos que um fato desse gravíssimo, uma das maiores chacinas do Estado do Pará, fosse esclarecida em cinco dias. Isso é um fato inédito na história da Polícia Judiciária paraense. Vocês lembram que muitos fatos como esse ocorreram no Estado, infelizmente, e, por diversas vezes, esses crimes ficaram sem elucidação”, ressalta.

Uálame destaca que, em menos de 48 horas, duas pessoas foram identificadas por envolvimento nos crimes – Edivaldo dos Santos Santana e Aguinaldo Torres Pinto – e no dia seguinte mais uma pessoa foi identificada. O secretário destacou que uma equipe da Perícia Criminal do Pará está no Estado da Bahia, para onde materiais apreendidos durante as investigações foram levados para agilizar a apuração do caso, visto que, nesse Estado, existe um equipamento de precisão e celeridade que está sendo utilizado no trabalho. Machado destacou que os três homens presos, nos primeiras dias, estão com as prisões preventivas decretadas pela Justiça.

Ele esclareceu que, nem todos os presos estão envolvidos diretamente na ação criminal, mas têm participação no suporte, na logísticas e no acompanhamento dos possíveis alvos do crime. “Cada um teve sua participação e todos eles contribuíram de alguma forma para a chacina”, pontua Uálame Machado. Em relação à motivação do crime, o secretário reservou ainda a mantê-las em sigilo até o final do inquérito. Segundo o secretário, até o prazo final das investigação, a meta é localizar as pessoas que estão foragidas, consideradas as principais envolvidas no crime, para que sejam ouvidas em depoimento e confirmem uma das duas hipóteses de motivação do crime existentes no inquérito.

O delegado-geral Alberto Teixeira destacou a parceria com o Sistema Penitenciário e a Corregedoria da PM no suporte de informações para auxiliar as investigações do caso e resultasse na identificação dos autores. Ele destacou o trabalho de toda a equipe da Polícia Civil que atuou de forma incansável desde o dia do crime. Ele ressaltou que as oito pessoas identificadas nas investigações têm participação efetiva no crime e no apoio à execução da chacina, porém salientou que pode haver mais de um mandante das mortes. “Isso será apurado ao longo dos próximos dez dias de investigações para total esclarecimento dos fatos”, ressalta. O delegado-geral reforçou que o Sistema de Segurança Pública não vai admitir ações criminosas de milicianos ou de faccionados contra a segurança pública ou contra a sociedade.


O comandante-geral da PM Dilson Junior enfatizou que caso os policiais militares acusados dos crimes são quatro cabos da ativa da PM e outro da reserva. Em relação aos foragidos, caso não sejam encontrados, explica o coronel, vai começar o prazo de deserção. “No prazo de oito dias, serão considerados desertores e terão seus vencidos bloqueados”, explica. Dilson Junior ressalta que a PM do Pará vai continuar atuando com rigor na punição. O Código de Ética da PM prevê a exclusão a bem da disciplina. Segundo ele, logo que ocorreram as mortes, no domingo, no dia seguinte, a Corregedoria da PM iniciou a apuração, por meio de inquérito policial militar, de informações sobre possível associação de policiais militares para a prática dos crimes.

 

 

Fonte: OLINERAL.COM