Três jovens acusam policiais militares de terem sido racistas. Isso ocorreu quando os jovens retornavam de uma viagem após jogarem um campeonato de futsal. A viagem era de Tome-Açu para Belém e os três foram abordados pela polícia dentro do ônibus. Uma das vítimas, que pediu para não ter o nome revelado, contou que tudo começou quando passageiros desconfiaram dos jovens, que são negros e tatuados.
“O ônibus andou uns 10 quilômetros e parou. Falaram para levantarmos e sairmos porque tinha uma denúncia de que elementos estavam colocando medo em passageiros de um ônibus. Estavamos em quatro amigos mas os PMs só revistaram os três negros do grupo, meu amigo (de cor branca) não passou qualquer constrangimento. Eu, meu irmão e o outro amigo que somos negros e temos tatuagem fomos os alvos. Aí eu falei ‘porque não vão fazer revista nele’, mas o policial disse que não precisa e justificou a abordagem comigo pois eu estava com um mochilão, mas eu estava com uma mala, foi quando eu disse que ele podia revistar pois não éramos ladrões, contou a vítima. A ação da polícia foi filmada por uma pessoa, que publicou o vídeo na rede social e viralizou na internet.
Ainda de acordo com os jovens, os PMs continuaram a abordagem. “Eram três policiais, um deles era sargento e mais difícil de lidar. Terminaram as revistas e não encontraram nada. Meu irmão pegou e falou ‘porque fizeram isso?. Foi constrangedor’. E eu também falei que era humilhação. Aí meu irmão falou que sabia que tinha direitos e o policial o pegou e o colocou dentro da viatura, dizendo que ele ‘desacatou a autoridade’. Segurei meu irmão e no final todos nós fomos para a delegacia”, concluiu uma das vítimas.
Os jovens foram para uma delegacia em Tome-Açu e depois foram liberados. Agora os atletas esperam que esse fato não se repita com mais ninguém.
“Sabemos que é trabalho da polícia. Mas revistar só a gente e isso porque nós eramos negros e temos tatuagens, não, isso não pode. Nós ficamos constrangidos. Se fosse para revistar, tinha que ser feito com todo mundo que entrou.Por isso achamos que foi racismo sim”, desabafou o jogador de futsal.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar e aguarda posicionamento.
Fonte: O Liberal