O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) vai julgar a conduta do juiz federal Marcelo Bretas, por participar de eventos políticos ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB).
O julgamento está marcado para a próxima quinta-feira, 17. Nesta semana, Bretas ordenou busca e apreensão na casa do filho de Humberto Martins, o advogado Eduardo Martins, investigado sob suspeita de ter recebido R$ 82 milhões para atuar em causas da Federação do Comércio (Fecomércio do Rio de Janeiro). Ele foi delatado por Orlando Diniz, ex-dirigente da entidade.
Outros advogados atingidos pela operação também acusam Bretas de parcialidade por uma suposta ligação com Bolsonaro. Em fevereiro, Bretas foi com o presidente e Crivella à inauguração de uma alça na Ponte Rio-Niterói e a uma festa evangélica na praia. A aparição do juiz no palanque de Bolsonaro causou polêmica, pois magistrados não podem se envolver em atividades político-partidárias.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apresentou então uma reclamação disciplinar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra Bretas. O corregedor era Humberto Martins, que determinou a abertura de investigação contra o juiz do Rio por “atos de caráter político-partidário” e de “superexposição e promoção”.
Bretas se defendeu em uma rede social afirmando que, “em nenhum momento, cogitou-se tratar de eventos político-partidários, mas apenas de solenidades de caráter técnico/institucional (obra) e religioso (culto)”, escreveu. “Vale notar que a participação de autoridades do Poder Judiciário em eventos de igual natureza dos demais Poderes da República é muito comum, e expressa a harmonia entre esses Poderes de Estado, sem prejuízo da independência recíproca”, complementou.
Bretas começou a ser investigado em maio pelo TRF-2 por determinação do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, que era então corregedor nacional de Justiça.
Fonte: Globo.com