Um levantamento internacional divulgado nesta semana mostrou que o Brasil esteve entre os países com maior número de mortes de profissionais de saúde por covid-19 ao longo da pandemia. A pesquisa chamada Por Detrás da Máscara (“Behind the Mask”, no inglês), realizado pelo estúdio de dados Lagom Data para a Public Services International (PSI), organização com sede em Genebra, Suíça, releva que pelo menos 4.500 profissionais, entre médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem morreram no Brasil devido a covid. O estudo considera o prazo entre março de 2020, quando a doença chegou ao país, e o fim de 2021.
O Lagom Data destaca que cruzou várias fontes oficiais para chegar ao resultado. O levantamento aponta também impacto da pandemia foi maior em profissionais de saúde com salários mais baixos e mais próximos à linha de frente. Desta forma, auxiliares e técnicos de enfermagem morreram mais do que enfermeiros e estes morreram mais do que médicos.
Os dados apontam também que 70% dos mortos eram técnicos e auxiliares de enfermagem, 25% enfermeiros e 5% médicos. Em números absolutos isso representa 1.184 enfermeiros mortos o que, segundo a pesquisa, pode ter impactado diretamente o atendimento a 21.300 pacientes. O Conselho Federal de Enfermagem diz que cada enfermeiro atende até 18 pacientes e cada atendente, 9 doentes na média brasileira. No entanto, eles afirmam que no auge da crise da pandemia, especialmente em Manaus, no Amazonas, cada enfermeiro atendeu em média 40 pacientes com o auxílio de dois atendentes.
O levantamento também aponta que cerca de 80% dos profissionais de saúde mortos por covid no Brasil são mulheres. O sexo feminino também representa aproximadamente 80% dos profissionais mais atingidos no Brasil: atendentes, auxiliares e enfermeiros.
Com informações de Valor Econômico
