quarta-feira, 9 de outubro de 2024

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Liderança estudantil denuncia deputado federal Éder Mauro à PGR por homofobia

Ativista do movimento LGBTI no Pará, Richard afirmou que passou a receber mensagens discriminatórias depois de publicação do deputado e disse que "se fosse hétero, o deputado não se importaria e nem se daria ao trabalho".

O deputado federal Éder Mauro (PSD) foi denunciado à Procuradoria Geral da República (PGR) por homofobia, após comentar nas redes sociais sobre o estudante de serviço social, Richard C., ter sido eleito coordenador-geral do Diretório Central de Estudantes (DCE) em uma universidade privada de Belém. Ativista do movimento LGBTI no Pará, Richard afirmou que passou a receber mensagens discriminatórias depois da publicação e disse que “se fosse hétero, o deputado não se importaria e nem se daria ao trabalho”.

Na publicação, o deputado pergunta a pais de alunos se eles “pagam caríssimo para isso”. Em nota, a assessoria disse que a “crítica não foi contra a orientação sexual de ninguém”, mas por ser um representante da União Nacional dos Estudantes (UNE) que, para deputado, é “o braço estudantil dos partidos de esquerda para doutrinação dos universitários”.

Richard defende que foi atacado pelo simples fato de ser homossexual. A denúncia, feita nesta quinta-feira (4), cita que a prática do deputado “configura ato de homofobia” e que a conduta expôs a imagem do estudante de forma discriminatória, fazendo com que ele sofresse diversas manifestações de ódio na internet. A PGR informou, por meio de assessoria, que mesmo que tenha recebido a denúncia, não antecipa posicionamento.

“Eu e as pessoas que me acompanham ficamos muito preocupados em relação à minha integridade física, porque a postagem viralizou e comecei a receber muitas mensagens de ódio”, comentou o estudante.

O ativista disse, ainda, que procura entidades de defesa dos direitos humanos em busca de apoio. Organizações estudantis e movimentos sociais emitiram nota de repúdio ao deputado Éder Mauro. “Estamos atrás dos mecanismos legais para me defender, mesmo sabendo que é um processo exaustivo, mas para mostrar para a sociedade que esse discurso não pode ser veiculado e não podemos mais conviver com práticas homofóbicas”.

Ativista do movimento LGBTI, Richard integra o Grupo Homossexual do Pará (GHP), foi coordenador estadual do Movimento LGBTI do Pará; e integrou o Conselho da Diversidade Sexual do Pará, da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH).

A Universidade da Amazônia divulgou uma nota repudiando qualquer ato de discriminação por orientação sexual, e disse que apoia os direitos e liberdade da comunidade LGBTQ+, além dos planos e projetos dos estudantes. “Acreditamos no nosso papel de formar pessoas, capazes de doar suas energias ao conhecimento, dedicação à cultura de paz e construir uma sociedade mais humana, plural e democrática para as futuras gerações”, diz a nota.

Outro caso

Em maio deste ano, Éder Mauro foi denunciado por agressão na Delegacia da Mulher por uma servidora pública transexual. Bruna Lorrane, que é membro da Comissão Interfederativa do Ministério de Direitos Humanos e ainda vice-presidente do Fórum Nacional de Gestores LGBTs, disse que ficou com hematomas pelo corpo por causa das agressões.

Fonte: G1 Pará