No Pará, pelo menos 1.169.153 pessoas já estão aguardando a 2ª dose de alguma das vacinas anticovid. Desse total, 968.630 cidadãos estão no prazo correto, ou seja, ainda não foram totalmente imunizados porque a data marcada na carteirinha de vacinação ainda não chegou. Os outros 200.523 não foram totalmente imunizados porque perderam o dia da 2ª dose e devem acompanhar a disponibilidade de uma repescagem.
Os números, referentes ao balanço fechado ainda na quarta-feira (04), foram divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Com exceção da vacina da Janssen, que tem dose única, os paraenses que aguardam o retorno ao posto de vacinação receberam a 1ª dose da Astrazeneca, Coronavac e Pfizer.
Especialistas destacam a importância da 2ª dose
Conforme reforçado pela infectologista Eliane Fonseca, de Belém, a 2ª dose pode ser aplicada mesmo depois do prazo recomendado. “Se for usar Coronavac, o intervalo vai de 14 a 28 dias. Se for a Astrazeneca e a Pfizer, são 12 semanas. Se perdeu a 2ª dose de algumas dessas, faz quando for possível. Não tem limite de até três meses ou quatro meses”, explicou.
O infectologista Lourival Marsola, também da capital paraense, fez uma alerta sobre os riscos que surgem ao se perder a 2ª dose do imunizante. “Quando a gente observa esse quantitativo de pessoas que não completaram a vacinação, é preocupante. Precisamos que façam o esquema completo para ter a eficácia que os estudos descreveram com a vacina em uso”, observou.
“[Quando perde a segunda dose] corre o risco de que a vacina não tenha a eficiência que a gente quer. Corre o risco de não gerar anticorpos suficientes para proteger contra a forma grave da covid. Completar o esquema vacinal é fundamental, independentemente do tipo de vacina. Com exceção da Janssen, feita em dose única”, lembrou.
O especialista também explicou que o termo “reforço” não deve ser utilizado para a 2ª dose. “Importante entender que 2ª dose significa que vai fazer a mesma da 1ª com a finalidade de aumentar a resposta do sistema imunológico, deixando-a mais prolongada. ‘Reforço’, como o nome diz, parte do princípio que a pessoa já fez um esquema vacinal básico e vai fazer uma dose adicional. A partir desse momento, esse reforço vem apenas manter o nível de proteção do esquema básico”, disse Lourival Marsola.
Belém
Em Belém, 788.561 pessoas já receberam a 1ª dose de algum imunizante contra a covid-19, segundo a atualização desta quinta-feira (05) do site Belém Vacinada. Com relação à 2ª dose, 261.789 pessoas já foram vacinadas. Ao todo, a capital já aplicou 1.050.350 doses.
Após mais de um mês com a 2ª dose atrasada, a fisioterapeuta Elane Cristina, de 23 anos, de Belém, entrou para o quadro dos totalmente imunizados nesta quinta. Dentro do grupo prioritário dos profissionais da saúde, ela recebeu a 1ª dose da Astrazeneca no dia 10 de abril, quando trabalhava no setor de pacientes com covid na área hospitalar. Entretanto, durante duas oportunidades de calendário de 2ª dose, ela não pode comparecer porque adoeceu.
“Eu peguei catapora próximo ao dia de vacinação e não tive como ir tomar a segunda dose. Tentei me vacinar um mês depois, após ter me recuperado totalmente da doença, mas falavam que era para outros grupos e que tinha que aguardar chamarem novamente o meu, de profissionais da saúde. Nesta quinta, fui tentar de novo, no shopping Boulevard, onde aceitaram aplicar a dose atrasada”, contou Elane.
Fonte: O Liberal