sexta-feira, 3 de maio de 2024

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Mais de 30 anos erradicada no Brasil, Pará tem caso suspeito de poliomielite

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou em nota nessa quinta-feira, 6, a investigação de um caso suspeito de poliomielite em uma criança de 3 anos, em Santo Antônio do Tauá, nordeste do Pará, após 33 anos de erradicação. O exame teve resultado positivo, mas Sespa ainda não descarta outras possibilidades.

Segundo informações do documento de Comunicação de Risco emitido pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde – CIEVS/SESPA, uma criança de três anos com paralisia testou positivo para poliovírus (SABIN LIKE 3), através da metodologia de isolamento viral em fezes.

O tipo de vírus detectado no exame é um dos componentes da vacina, não se tratando da pólio vírus selvagem, já erradicado no país desde 1994. Outras hipóteses diagnósticas não foram descartadas, como Síndrome de Guillain Barré, portanto o caso segue em investigação conforme o que é preconizado no Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde.

A Sespa ressalta que presta toda a assistência ao paciente, que se recupera em casa, bem como, atua para a rápida investigação e esclarecimento do caso. O Ministério da Saúde foi notificado hoje e também acompanha o caso.

O Instituto Evandro Chagas também se manifestou sobre o assunto. Ele informou que recebeu a amostra e foi caracterizado como o vírus vacinal Sabin Like 3.

“O Instituto Evandro Chagas (IEC/SCTIE/MS) informa que recebeu da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (SESPA) amostra de fezes de uma criança de 3 anos para pesquisa de Poliovírus. No dia 04 de outubro, o IEC confirmou o resultado positivo por meio do sistema Gerenciador de Amostras Laboratoriais – GAL. Feitos o isolamento viral e a caracterização intratípica pelo Laboratório de Enterovírus (LEV) do IEC, o vírus foi caracterizado como o vírus vacinal Sabin Like 3”, informou.

Entenda a gravidade da poliomielite


A polio é uma doença altamente contagiosa causada pelo poliovírus selvagem, sendo uma doença em processo de erradicação. Há também a poliomielite associada ao vírus vacinal (vaccine-associated paralytic poliomyelitis, VAPP), ou poliomielite pós-vacinal, que se caracteriza pelo desenvolvimento da doença, pós-exposição de vacina (o caso criança de Santo Antônio do Tauá).

A doença ocorre de forma idêntica a que ocorre com o vírus selvagem, com a possibilidade de gerar sequelas motoras definitivas. O modo de transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, por meio de gotículas de secreções (ao falar, tossir ou espirrar), pela via fecal-oral (mais frequente), por alimentos, objetos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores. Possuir uma condição de habitação precária e sem saneamento básico pode favorecer a transmissão do poliovírus.