Dados da Diretoria de Estatísticas Educacionais (Deed) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que o Brasil tem visto aumentar ano a ano a participação das matrículas do ensino médio que são em tempo integral.
Eles indicam, também, que desde 2016 esse aumento aconteceu em um ritmo mais acelerado, ao mesmo tempo em que o número absoluto de matrículas do ensino médio caiu. Em 2016, o Brasil tinha 8,1 milhões de estudantes de ensino médio, e 518 mil passavam sete horas por dia na escola. Já em 2018, essa quantidade subiu para 735 mil, mas o total de matrículas do ensino médio havia recuado 5,2%, para 7,7 milhões.
O secretário-executivo Luiz Antônio Tozi explica que a queda das matrículas no ensino médio é um ‘reflexo’ do que ocorre no fundamental.
“Ele (estudante) vem carregando deficiências que o professor vem tentando trabalhar com ele, mas naquele instante o modelo quebra, e na mudança ele sofre o impacto e perde o esteio”, afirma Luiz sobre a transição entre o fundamental I e II, quando muitas vezes a responsabilidade da escola passa do município para o Estado.
Esse movimento vai em caminho oposto ao cenário de jovens fora da sala de aula: de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad C) de 2017, 900 mil adolescentes de 15 a 17 anos estão fora da escola e não concluíram o ensino médio. No Plano Nacional de Educação, a meta era universalizar o atendimento desse público há três anos, em 2016.
Além disso, a distorção idade-série do ensino médio se manteve no patamar de 28,2%, depois de subir 0,2 ponto percentual entre 2016 e 2017. Ela indica a porcentagem de adolescentes de 15 a 17 que estão matriculados no ensino fundamental, e portanto fora da série esperada para sua idade.
Fonte: G1