O Ministério da Educação (MEC) oficializou a criação da comissão que vai fazer o levantamento e a avaliação de livros didáticos nunca usados pelos alunos da rede pública e que poderão ser descartados pelo governo. A portaria foi publicada ontem no Diário Oficial da União. Esse material, comprado em gestões anteriores, fica armazenado em um depósito em Cajamar, Grande São Paulo.
Este mês o jornal revelou que o MEC estuda desde o ano passado o descarte dos materiais armazenados em um galpão alugado dos Correios. O governo não sabe ao certo quantos livros estão guardados no local, uma análise preliminar encontrou ao menos 2,9 milhões de exemplares, que “venceram” entre 2005 e 2019.
Segundo a portaria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão responsável por esse processo, a comissão vai levantar quantos livros podem ser considerados “inservíveis” e “recomendar a retirada e o descarte dos livros desatualizados, obsoletos, ociosos, irrecuperáveis, antieconômicos ou em desuso”.
A reportagem apurou que esses livros, de todas as disciplinas e séries (do ensino fundamental e do médio), estão ainda embalados e nunca foram abertos. Esta semana, o ministro Abraham Weintraub disse que “muita bobagem tem sido dita e veiculada” sobre o descarte dos livros, já que sempre vai “sobrar um pouquinho” de exemplares. Segundo ele, em 2019, o governo melhorou a redistribuição dos materiais para reduzir o desperdício. Não disse, porém, quais mudanças foram feitas. Questionado, o MEC também não detalhou as ações.
Fonte: Agência Estado