Cerca de 30% da população brasileira de 15 a 64 anos, segundo o Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), é considerada analfabeta funcional, ou seja, sabe ler o básico (como uma placa e o nome de um ônibus), escrever o próprio nome e conferir troco, mas não consegue interpretar textos simples e realizar operações matemáticas.
Em 2018, o Inaf ouviu mais de duas mil pessoas da faixa etária em distintas regiões do país. Pela primeira vez as redes sociais entraram nos estudos, e os resultados mostram presença assídua desse grupo na internet – praticamente a mesma dos considerados “alfabetizados”.
Os dados
Dos analfabetos funcionais, 86% usam WhatsApp, 72% acessam o Facebook e 31% têm conta no Instagram. Já 89% dos alfabetizados, por exemplo, utilizam o Facebook.
Por outro lado, chama a atenção que a rede social exige certo domínio de leitura e escrita. Mesmo assim, essas aptidões não são barreiras, uma vez que 92% dos analfabetos funcionais enviam mensagens escritas no WhatsApp, contra 99% dos alfabetizados, e 84% dos analfabetos funcionais compartilham textos, enquanto 82% dos alfabetizados fazem isso.
No Facebook, 12% dos analfabetos funcionais escrevem mensagens e comentários, 14% leem mensagens escritas e 13% curtem publicações. Ainda sobre o Facebook, 44% dos alfabetizados enviam mensagens escritas, 43% escrevem em comentários e 47% leem mensagens escritas curtem publicações.
A presença das redes sociais no dia a dia da população deve ser vista com atenção, uma vez que “fake news” são distribuídas em texto, foto, vídeo e áudio sem que os usuários estejam preparados para saber o que é verdade e o que é mentira.
Fonte: Revista Educação