Quatro cidades paraenses estão com surto ativo de sarampo: Monte Alegre, Porto de Moz, Prainha e Santarém. O Ministério da Saúde recomenda que, pelo menos 15 dias antes de viajar a um desses locais, crianças de seis meses a um ano devem ser vacinadas. A imunização recomendada é a chamada “dose zero”. Essa dose não substitui a imunização regular e não é considerada válida no calendário nacional.
Na última nota informativa sobre a doença, o Pará registrou 53 casos de sarampo neste ano. Não há registro de mortes. Prainha teve 38 ocorrências, sendo o local de maior preocupação no momento. Monte Alegre teve nove casos; Santarém teve quatro registros; e Porto de Moz teve duas situações. O última confirmação de um paciente com sarampo foi em Santarém, em 5 de maio.
Entre fevereiro e dezembro de 2018, foram registrados 79 casos e duas mortes por sarampo. No ano passado, Santarém foi o município mais afetado, com 39 casos confirmados. Os dois mortos eram refugiados venezuelanos. Santarém acabou sendo um foco de surto pela proximidade com os estados de Roraima e Amazonas, por onde muitos refugiados entravam no Brasil.
Não havia registro de casos de sarampo no Pará desde 2010. Em julho de 2018, a doença voltou a ser confirmada, mas em Terra Santa, às proximidades do Amazonas. Justamente durante o ápice do fluxo migratório de venezuelanos. Em março, o Ministério da Saúde atribuiu a Santarém o fato de o Brasil ter perdido o certificado de país livre do sarampo.
Muitos casos ocorreram em Prainha, pela proximidade com Santarém. A cadeia de transmissão do vírus começou nos estados do Amazonas e de Roraima, afirma a Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa). O órgão também ressalta que o surto original, no Amazonas e em Roraima, começou em fevereiro de 2018, sem medidas de contenção em tempo hábil.
A orientação do Ministério da Saúde não é apenas para o Pará. A imunização com dose zero é recomendada para quem vai viajar para 32 cidades de São Paulo e três cidades do Rio de Janeiro. Esses são os três estados que mantêm o surto ativo. Entre 5 de maio e 3 agosto, foram registrados 901 casos em São Paulo, 5 no Rio de Janeiro e um na Bahia. O Ministério da Saúde não levou em conta o último caso confirmado em Santarém, que foi em 5 de maio.
Orientação
Para se proteger contra o sarampo, a população deve recorrer à vacina tríplice viral. É uma das doses mantidas como vacinação de rotina nas Unidades Básicas de Saúde. A indicação é do Calendário Nacional de Vacinação. O esquema de prevenção pode ser conferido neste link. O Ministério da Saúde disponibilizou 12,1 milhões de doses para atender à demanda de 19 cidades paraenses e para a cidade de São Paulo.
No Pará, a cobertura vacinal da tríplice viral de rotina está em 57,37% para a primeira dose e 53,58% para a segunda dose. A meta mínima para todas as vacinas é de 95%, seja na rotina ou nas campanhas.
Com informações do Ministério da Saúde e da Sespa