sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Ministério Público investiga candidata de Conceição do Araguaia comprava votos por R$ 100

Leia do Flepa (PDT), contava com a ajuda do marido e de um cabo eleitoral para comprar votos
Foto : José Cruz/Agência Brasil

Uma candidata a vereadora de Conceição do Araguaia, no sudeste do Pará, comprava votos por R$ 100. A constatação foi feita pelo Ministério Público Eleitoral do Pará (MPPA). Após denúncias, foi solicitada busca e apreensão na casa de Orlando Dias de Sousa, conhecido como “Nego Dias”, cabo eleitoral de Leia Dias dos Santos Gaia (PDT, “Leia do Flepa”).

A promotora eleitoral Cremilda Aquino da Costa, da 24ª Zona Eleitoral, interpôs Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) por abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio contra a candidata. Além de Leia, o marido dela, Paulo André Santos Gaia, conhecido como “Flepa”; e o cabo eleitoral Orlando Dias de Sousa também serão investigados.

Na denúncia, o cabo eleitoral Orlando Dias de Sousa operava a compra de votos. Cada voto custava R$ 100. Ele transitava pela cidade numa motocicleta abordando os eleitores. Aqueles que se comprometiam em votar na vereadora tinham seus nomes anotados e eram fotografados por ele.

O Ministério Público Eleitoral solicitou busca e apreensão na casa de Orlando Dias de Sousa, além da quebra de sigilo telefônico.  As medidas foram cumpridas em novembro. A perícia constatou que o acusado trocou várias mensagens com vários eleitores e com a vereadora Leia Dias dos Santos Gaia e o marido dela Paulo André Santos Gaia, que participava do gerenciamento da campanha da candidata. Tais mensagens comprovam a prática de crime de corrupção eleitoral (art. 299 do Código Penal).

Na ação, a Promotoria destaca que as informações apuradas “demonstram que Orlando Dias (“Nego Dias”), Paulo André (“Flepa”) e Leia Dias (“Leia do Flepa”) efetivamente se associaram para a prática de ilícitos eleitorais”.


O Ministério Público Eleitoral requer a inelegibilidade de Leia Dias dos Santos Gaia para as eleições dos próximos oito anos subsequentes às Eleições 2020; cassação do registro; e que sejam invalidados todos os votos dados a ela nas eleições 2020. Requer ainda que o Paulo Gaia e o Orlando Dias, autores do fato abusivo, também fiquem inelegíveis para as eleições a serem realizadas nos próximos oito anos.

(Da Redação Fato Regional, com informações do MPPA)