O subprocurador do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), Lucas Rocha Furtado, pediu à Corte que determine à Casa Civil do governo o afastamento cautelar do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
A representação se baseia em notícia-crime de Alexandre Saraiva, ex-superintendente da PF no Amazonas, contra Salles e o senador Telmário Mota (Pros-RR).
Os 2 são acusados de formar uma organização criminosa que beneficiava madeireiros ilegais e criava obstáculos à fiscalização da PF e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Saraiva disse que Salles, apoiado por Mota, tentou impedir investigação da PF mais de uma vez. O ministro questionou, por exemplo, a duração do inquérito que apura a extração ilegal de toras de madeira apreendidas no Pará. Na ocasião, Salles alegou que realizou perícias das toras e concluiu que elas tinham origem legal.
Ele nega todas as acusações.
A notícia-crime foi enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) nessa 5ª feira (15.mar.2021) porque, como ministro, Salles tem foro privilegiado. Saraiva foi destituído do cargo na Superintendência Regional da PF no Amazonas também nessa 5ª feira.
Furtado, que fez o pedido ao TCU, argumenta que o afastamento visa a impedir que Salles interfira nas investigações da PF. Além disso, a medida evitaria que o ministro continue a inviabilizar a cobrança das multas por infrações ambientais dos madeireiros.
Fonte: Poder 360