Ministro das Comunicações de Lula pede demissão após ser denunciado pela PGR por corrupção

Juscelino Filho é suspeito de ter cometido os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele e a irmã, Luanna Rezende, já vinham sendo investigados desde 2021 por possível favorecimento próprio com o uso de emendas parlamentares enquanto ele era deputado federal
Juscelino Filho já era investigado pela PF desde 2021, antes de fazer parte do governo Lula - sempre foi criticado pela base - e deixou o cargo de ministro das Comunicações (Foto: ₢Rafa Neddermeyer / Agência Brasil)

Juscelino Filho (União Brasil – MA) pediu demissão do cargo de ministro das Comunicações de Lula (PT). A decisão foi tomada após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciá-lo por corrupção e outros crimes relacionados ao uso indevido de emendas parlamentares do chamado “Orçamento Secreto”. Ele e a irmã, Luanna Rezende, prefeita afastada de Vitorino Freire (MA), são investigados desde 2021, antes de ele fazer parte do governo.

A denúncia da PGR foi tomada com base no indiciamento pela Polícia Federal. Em 2023, foi deflagrada a operação “Benesse”, um desdobramento das investigações iniciadas em 2021. Juscelino, enquanto atuava deputado federal, teria destinado emendas parlamentares para a cidade onde a irmã dele era prefeita. Foram cerca de R$ 13 milhões do chamado “Orçamento Secreto”.

A prefeita afastada de Vitorino Freire, Luanna Rezende, e o irmão dela, Juscelino Filho, agora ex-ministro das Comunicações (Foto: Reprodução / Instagram)

Os recursos foram parar em obras para pavimentar uma rodovia que chega à fazenda da família de Juscelino Filho. As obras foram executadas pela empresa Construservice e envolvem a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O nome do substituto ainda está em análise. Juscelino, por ora, volta ao cargo de deputado federal. O processo corre em sigilo no STF, com relatoria do ministro Flávio Dino.

Apoiadores de Lula nunca concordaram com a indicação de Juscelino Filho para o cargo de ministro, mas o presidente acatou para garantir a governabilidade no Congresso Nacional, que mesmo assim não dá apoio total às pautas do governo. Mesmo após o indiciamento, no ano passado, Lula resistiu em exonerar o ministro. Mas na tarde desta terça-feira (8), os dois conversaram e o presidente recomendou que ele saísse.


(Da Redação do Fato Regional)

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