segunda-feira, 20 de maio de 2024

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Moradores da Apyterewa dizem que a Força Nacional e o Exército negaram socorro a homem ferido

O homem mais conhecido pelos apelidos 'Boquinha' e 'Boca Torta' foi socorrido mais de quatro horas após se ferir, com curativos improvisados
Uma mulher que disse ser médica improvisou curativos com papelão e barbante para imobilizar 'Boquinha' até que o socorro fosse possível (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Moradores da Extensão Apyterewa, em São Félix do Xingu, dizem que a Força Nacional e o Exército negaram socorro a um homem ferido, na tarde desta segunda-feira (20). O trabalhador rural Jonata Rodrigues Coutinho, conhecido mais pelos apelidos de “Boquinha” e “Boca Torta”, estava com uma fratura na perna e precisava de atendimento médico especializado. Mas mesmo com a estrutura e veículos, os agentes federais não teriam mobilizado esforços para socorro.

O que exatamente aconteceu com o trabalhador rural não está totalmente explicado. Há uma tese de um suposto acidente de trânsito e outra de uma possível briga. No entanto, o rapaz tinha ferimentos no rosto, na cabeça e uma fratura na perna. Num vídeo que tem circulado nas redes sociais, uma mulher que se identifica como médica afirma que ele precisava de atendimento hospitalar. E ao solicitar apoio à Força Nacional, receberam uma recusa.

“Disseram que não poderia prestar socorro porque pontes foram queimadas e eles nem tinha como provar que foi o povo aqui. Nos deslocamos ao Exército, que disse que iria fazer o que fosse possível e voltou a falar com a Força Nacional. Ao voltarem para nos dar retorno, explicaram que foi feito pedido ao pessoal de São Félix do Xingu deslocar uma ambulância. Mas eles têm uma ambulância lá e não prestaram socorro. Isso é bom para que as autoridades possam entender o que as pessoas estrão vivendo aqui. Começa com alimentos que não deixaram entrar e agora isso de não prestar socorro. Isso é justo? E se fosse uma pessoa enfartando? Ia morrer?”, questiona a mulher.

Foram feitos curativos improvisados com papelão e barbante e os próprios moradores da Vila Renascer, principal palco da operação de desintrusão da Apyterewa, mobilizaram esforços para levar o homem ferido até uma parte do caminho, onde encontraram com uma ambulância que o conduziu a um hospital. Foram cerca de quatro horas até que essa ajuda fosse viabilizada. Enquanto isso, “Boquinha” gritava de dor.

Por nota à Redação do Fato Regional, a assessoria de comunicação da Operação de Desintrusão das Terras Indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá disse que “…recebeu nesta terça-feira, 21 de Novembro de 2023, informação sobre uma pessoa que teria sofrido um acidente na comunidade de invasores conhecida como Vila Renascer e que, possivelmente, estaria com uma fratura na perna. Os integrantes das Forças de Segurança informaram que não há ambulância na Operação. Mesmo assim se prontificaram a contatar o Posto de Saúde da Vila do T. Informaram ainda que o resgate poderia demorar devido à destruição de pontes feita por invasores que tentam, sem sucesso, impedir o trabalho de desintrusão”.

“Como prometido, uma equipe da Força Nacional foi ao Posto de Saúde da Vila do T para relatar o problema. Os profissionais de saúde disseram que um paciente vindo da invasão Vila Renascer tinha chegado fazia pouco tempo ao Posto e que seria levado para o Hospital de São Felix do Xingu. No Posto também disseram que o paciente não registrou queixa contra o agressor. Informações sobre o estado de saúde do paciente devem ser buscadas junto à Secretaria Municipal de Saúde de São Félix do Xingu”, dizia a nota.

(Da Redação do Fato Regional)


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