quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Mortalidade por coronavírus entre jovens no Brasil é 65% maior que nos países ricos

Até os 35 anos, a doença mata aproximadamente 5,9 pessoas por milhão (6,5 homens por milhão e 5,2 mulheres por milhão)
Foto: Reuters

No Brasil, a mortalidade de jovens por conta do novo coronavírus é 65% mais alta que a verificada nos países ricos, segundo uma análise do demógrafo francês Christophe Guilmoto, do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) da Universidade de Paris, que observou a taxa de letalidade pela doença em 10 países, que são os responsáveis por quase 80% do total de mortos no planeta.

Para dizer que a doença mata mais jovens, é preciso, além de calcular a proporção de jovens sobre o total de mortos, levar em conta que, num país com mais jovens como o Brasil, é esperado que jovens morram em maior proporção do que num país onde a pirâmide etária abriga uma fatia maior de idosos, explicou o especialista.

No Brasil, até os 35 anos, a doença mata aproximadamente 5,9 pessoas por milhão (6,5 homens por milhão e 5,2 mulheres por milhão). Nos demais nove países analisados por ele, nessa mesma faixa etária, a covid-19 mata 3,5 pessoas por milhão (4,7 homens por milhão e 2,4 mulheres por milhão). A mortalidade pela doença entre os jovens brasileiros é, portanto, 65,4% superior à registrada nos países ricos.

Ainda de acordo com o levantamento, em todos os países, a covid-19 mata mais homens que mulheres. Na Europa e nos Estados Unidos, essa proporção é superior ao dobro para todas as faixas etárias entre os 30 e os 85 anos. No Brasil, há novamente um abrandamento na curva. Embora a mortalidade masculina ainda seja bem maior, ela só alcança o dobro na faixa em torno dos 55 anos.


“A mortalidade feminina por doença cardiovascular costuma ser maior no Brasil”, afirma o epidemiologista Paulo Lotufo, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Como, entre tantas outras condições, as doenças cardíacas são um dos fatores de risco para a morte por covid-19, as brasileiras são, em tese, mais vulneráveis.

 

Com informações do G1