A falha do Ministério da Educação (MEC) nas notas do Enem tem levado cidadãos a se manifestarem nas Procuradorias da República do País. De acordo com levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, o Ministério Público Federal (MPF) de Minas Gerais recebeu 97 representações, sendo 17 feitas entre terça (21) e a manhã desta quarta-feira, 22. Em São Paulo, o órgão consta 13 notícias de irregularidade, e no Ceará foram seis até o momento. Nesse último, um procedimento foi instaurado para investigação dos casos.
Já os MPFs do Rio Grande do Sul e do Espírito Santo receberam, cada um, apenas uma manifestação. Os cinco estados ainda estão analisando as demandas e ainda não divulgaram as medidas que os procuradores da República irão tomar.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público Federal, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) pretende divulgar um relatório com esses números em âmbito nacional até o fim do dia.
Entenda o contexto
As notas do Enem 2019 foram divulgadas na última sexta-feira, 17, e estudantes de diferentes lugares do Brasil reclamaram da incoerência entre o alto número de acertos na prova e a nota baixa publicada pelo Inep.
O órgão informou que isso se deve à Teoria de Respostas ao Item (TRI), que considera a dificuldade de cada questão na hora de calcular a pontuação do candidato.
Entretanto, o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, reconheceu o erro no sábado, 18. A explicação é que houve uma troca entre a cor da prova e do gabarito na hora de imprimir o exame. No caso, os cadernos cinzas foram forrigidos com base nos de cor amarela.
Dessa forma, o PFDC encaminhou um ofício ao MEC na segunda-feira, 20, pedindo a suspensão da abertura de inscrições para o Sisu devido ao equívoco.
“Considerando que as inconsistências na correção podem prejudicar milhares de estudantes que participarão do Sisu, solicito a Vossa Excelência [Abraham Weintraub] suspender imediatamente a abertura das inscrições para o Sisu até que sejam solucionados os problemas”, aponta o documento.
Estima-se que quase 6 mil estudantes foram prejudicados.
Fonte: Agência Estado