Integrantes do Movimento Sem Terra (MST) bloqueou a linha férrea da Estrada de Ferro Carajás, em Parauapebas (PA), e interrompeu a circulação do trem de passageiros que liga o sudeste do Pará a São Luís, no Maranhão.
A paralisação ocorreu nesta quinta (22), afetando diretamente o direito de ir e vir de milhares de pessoas que utilizam o serviço diariamente.
A ferrovia transporta, em média, 1.500 passageiros por viagem, que ficaram sem alternativa para o deslocamento entre os dois estados. A concessionária Vale, responsável pela operação, informou que o cancelamento das viagens foi motivado por “questão de segurança” diante da interdição do MST.
O movimento iniciou o bloqueio ainda na madrugada de quinta-feira, mantendo a ocupação dos trilhos até o início da tarde. Segundo os manifestantes, o ato integra a agenda nacional de Lutas pela Reforma Agrária e denuncia o suposto descumprimento de acordos firmados por mineradoras na região.
Em nota, a Vale destacou que respeita “o legítimo e pacífico direito à manifestação”, mas repudiou ações que prejudiquem a segurança e o direito fundamental de ir e vir da população. A empresa afirmou ainda que está adotando todas as medidas cabíveis para garantir a liberação imediata e segura da linha férrea.
A mineradora reforçou seu compromisso com o Acordo de Cooperação Técnica (ACT), firmado em abril deste ano com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), visando a regularização fundiária e ações conjuntas para a reforma agrária no estado do Pará.
Esta não foi a primeira vez que o transporte ferroviário foi interrompido na região. Em março, protestos da etnia Gavião, da Terra Indígena Mãe Maria, também paralisaram as viagens na mesma ferrovia.

Os passageiros afetados pela suspensão podem solicitar a remarcação ou o reembolso das passagens no prazo de até 30 dias, por meio do número 0800 285 7000.
(Da Redação do Fato Regional)