sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Mulheres violentadas têm risco de mortalidade aumentada em até 8 vezes, diz pesquisa

Estudo ainda revela maior propensão a desenvolver diabetes.

Um estudo realizado com base em dados do Ministério da Saúde apontou que as mulheres brasileiras que são vítimas de violência física, sexual ou mental têm um risco de mortalidade oito vezes maior que a população feminina em geral.

De acordo com a pesquisa, a morte por diabetes também é quatro vezes maior quando se trata de vítimas de violência. Nesse caso, a motivação está relacionada ao fator depressão, que pode contribuir para desencadear a doença. “Mulheres expostas à violência crônica, como a doméstica, adoecem muito mais, não conseguem se cuidar, têm um profundo desejo de morrer e deixar de sofrer uma tortura constante”, afirmou Fatima Marinho, professora do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP).

Na pesquisa, foram analisados cerca de 800 mil notificações de violência contra mulheres feitas por serviços de saúde, além de 16,5 mil mortes associadas a elas no período de 2011 a 2016. As mulheres representaram 70% das 243.259 vítimas de violência que procuraram o Sistema Único de Saúde (SUS) em 2016 para atendimento médico. A maioria das agressões (70%) ocorreu em casa e, em um quarto (28%) dos casos, a violência era de repetição.

Mulheres que sofreram violência física (63% dos casos notificados), e de repetição tiveram sete vezes mais chances de morte, seguida da violência sexual (5,7 vezes) e psicológica (5,4 vezes). Quanto à raça, o estudo mostrou apontou certa semelhança do aumento no risco de morte.


Ainda segundo o estudo, o casamento ou a união consensual é um fator de risco para as mulheres jovens, entre 20 e 29 anos, vítimas de violência. Elas têm 14 vezes mais risco de morte do que uma mulher nessa faixa etária, com o mesmo estado civil, que não é agredida.

 

 

Fonte: Agência Estado