A campanha do “Janeiro Branco” tem como objetivo sensibilizar a sociedade sobre a importância da promoção e proteção da saúde mental. A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) mantém um trabalho constante de manutenção e expansão de dispositivos que auxiliem a população paraense a lidar com questões relacionadas a essas questões. Desde o início da atual gestão, o Governo do Estado trabalha para fortalecer a rede de apoio de cuidados com a saúde mental e disseminar informações sobre a temática.
Segundo Jeanne Vinagre, técnica da Coordenação de Saúde Mental da Sespa, janeiro é oportuno para a campanha por ser o início do ano, quando muitas pessoas refletem sobre situações vividas no último ciclo e planejam novas mudanças de importantes aspectos da vida. Ambas as situações podem ser consideradas gatilhos para transtornos de saúde mental, como crises de ansiedade e até depressão.
“Janeiro é como uma folha em branco, com o lado positivo e negativo. É momento de reprogramação da vida, de traçar novos planos e metas, mas também ocorre de fazer um balanço do que deu errado no último ano”, declarou. Outra questão importante para o Janeiro “Branco” de 2023 é que ainda podem ser sentidos muitos efeitos da pandemia na sociedade. Segundo Jeanne, os números de casos de suicídio e diagnósticos de depressão e ansiedade aumentaram desde então, principalmente em pessoas jovens de 15 a 29 anos.
Entre as atribuições da Sespa está manter a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) do estado, voltada para os cuidados de saúde das pessoas com sofrimento ou transtorno mental, o que inclui a população que convive com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas no âmbito do Sistema Único de Saúde (Sus).
Estrutura – A Raps, cujas diretrizes e estratégias de atuação envolvem as três esferas de governo, é composta pela Atenção Básica de Saúde, Atenção Psicossocial, Atenção de Urgência e Emergência, Atenção Residencial de Caráter Transitório, Atenção Hospitalar e Estratégias de Reabilitação Psicossocial.
A porta de entrada do Sus é a Unidade Básica de Saúde. A pessoa que estiver passando por questões mentais deve buscar as UBS com maior celeridade possível. Porém, em casos relacionados, é possível buscar diretamente os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que são instituições que visam a substituição dos antigos hospitais psiquiátricos.
Atualmente, no Pará, funcionam seis Caps de gestão estadual, cinco na capital e um em Santarém. Os Caps contam com uma equipe multiprofissional composta por psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e outros profissionais prontos para atender a população que precisar dos serviços.
Além dos Caps geridos pela Sespa, outros 94 de gestão municipal estão distribuídos por todo o Pará. É função da Sespa assessorar, monitorar, qualificar os Caps municipais existentes, assim como incentivar os municípios a expandir o número de dispositivos que fazem parte da rede de atenção, que além dos Caps, inclui residências terapêuticas e unidades de acolhimento adultas e infantis.