sábado, 4 de maio de 2024

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Número de empresas aéreas aptas a operar voo regular cai pela metade em oito anos

Setor pode encolher ainda mais se Avianca, em crise, deixar de voar no Brasil. Segundo Anac número de estrangeiras, que chegou a 76, também caiu; ao final de 2018, eram 57.

O número de empresas aéreas nacionais aptas a operar voos regulares caiu quase pela metade entre 2010 e 2018, mostram dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Em 2010, o Brasil tinha 23 empresas nesse setor, que inclui aquelas que fazem transporte comercial de passageiros, como Gol e Latam, e as que transportam carga. Ao final de 2018, eram 12.

O setor pode encolher ainda mais caso se confirme o fim das operações no país da Avianca. A empresa está em crise, passa por uma recuperação judicial e vem reduzindo o número de voos e também cortando funcionários.

A saída da Avianca levaria a uma concentração ainda maior do setor de transporte comercial de passageiros nas mãos de Gol e Latam, que respondem por 67% do mercado. A Azul, terceira maior, tem 20%.

A maior parte das empresas que deixaram de operar no país desde 2010 era de transporte de carga. Entre as que transportavam passageiros e pararam de voar estão a Trip, que se fundiu à Azul, e a Webjet, comprada pela Gol em 2011.

Estão nessa relação ainda a Puma, que faliu, e a Noar, que deixou de operar após um acidente com um de seus aviões, que caiu no Recife e provocou a morte de 16 pessoas.

O professor de Transporte Aéreo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Respicio do Espirito Santo, disse que as empresas que deixaram de operar no período, especialmente as cargueiras, são pequenas e normalmente contam com poucos aviões.

Por isso, e como as margens de lucro são apertadas, avaliou, variações na economia acabam comprometendo as finanças e essas empresas acabam encerrando as atividades.

“Apesar do período de crescimento da economia verificado em parte desse período, não foi suficiente para sustentar a operação dessas empresas”, disse o professor.

“O custo de operação no Brasil é muito alto e não dá para repassar diretamente para o preço da passagem. Quem não tem fôlego financeiro muito bom vai acabar fechando.”

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) não comentou especificamente a variação no número de empresas aptas a voar, mas, segundo a entidade, “a evolução de custos é a preocupação central do setor”.

“Temos uma grande distorção de custos no Brasil em relação ao cenário mundial, o que fica sempre mais complicado em ciclos de alta de preços do petróleo, de desvalorização do real e mesmo de muita flutuação do câmbio”, informou a Abear, destacando que, no terceiro trimestre de 2018, o combustível representou 31,7% dos custos do setor.

Fonte: G1