domingo, 19 de janeiro de 2025

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Oficiais da reserva defendem Heleno e falam em “guerra civil”

A nota assinada por Heleno foi autorizada por Bolsonaro e chancelada pelos ministros militares que despacham no Planalto
Na transmissão feita semanalmente ao vivo nas redes sociais pelo presidente Jair Bolsonaro, Heleno disse que há denúncias de que a demarcação de algumas áreas foi feita com base em laudos forjados (Adriano Machado / Reuters)

Um grupo de 90 oficiais da reserva do Exército divulgou uma nota de apoio ao ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, na qual atacam o Supremo Tribunal Federal e a imprensa e falam em “guerra civil”.

“Faltam a ministros, não todos, do stf (sempre grafado em letras minúsculas) nobreza, decência, dignidade, honra, patriotismo e senso de justiça. Assim, trazem ao País insegurança e instabilidade, com grave risco de crise institucional com desfecho imprevisível, quiçá, na pior hipótese, guerra civil”, diz o texto divulgado anteontem.

Na sexta-feira, o Planalto reagiu à decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, de enviar para análise da Procuradoria-Geral da República pedido de apreensão dos celulares do presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), no âmbito do inquérito que apura denúncias do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. Heleno assinou nota afirmando que, se o pedido “inconcebível e inacreditável” for aceito, poderá ter “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”. A manifestação de Heleno teve repercussão negativa entre políticos e entidades.

No texto em defesa do ministro do GSI, os oficiais da reserva, ex-colegas de turma de Heleno na Academia das Agulhas Negras, usam o termo ministros entre aspas e classificam os integrantes do Supremo como “bando de apadrinhados que foram alçados à condição de ministros do stf, a maioria sem que tivesse sequer logrado aprovação em concurso de juiz de primeira instância”. A manifestação não cita nomes.

“Juiz que um dia delinquiu – e/ou delinque todos os dias com decisões arbitrárias e com sentenças e decisões ao arrepio da lei – facilmente perdoa (…) Vemos, por esta razão, ladrão, corrupto e condenado passeando pela Europa a falar mal do Brasil. Menos mal ao País fizeram os corruptos do mensalão e do petrolão, os corruptos petistas e seus asseclas que os maus juízes que, hoje, fazem ao solapar a justiça do país e se posicionar politicamente, como lacaios de seus nomeadores.”

A nota assinada por Heleno foi autorizada por Bolsonaro e chancelada pelos ministros militares que despacham no Planalto. “Eu olhei e falei: ‘O senhor fique à vontade’”, relatou o presidente no dia em que o comunicado do general foi divulgado.


O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, também endossou a nota antes da divulgação. “A simples ilação de o presidente da República ter de entregar o seu celular é uma afronta à segurança nacional”, afirmou ao Estado de S. Paulo.

 

 

Fonte: Agência Estado