Operação da PF combate garimpos no território Munduruku; há mandados no Pará, Mato Grosso e Rondônia

Durante a operação ' Munduruku Log', foram apreendidos veículos de luxo, documentos, joias e ouro. Também houve o bloqueio de bens e contas bancárias dos investigados, totalizando cerca de R$ 24 milhões. Os responsáveis foram identificados e a PF afirma que todos vão responder criminalmente.
A PF cumpriu mandados nas casas dos empresários suspeitos de apoiarem a logística de garimpos ilegais, atividade que rendeu, de forma ilegal, como mostram as investigações, uma vida de luxo aos suspeitos (Foto: Polícia Federal)

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (5), a operação “Munduruku Log”, para combater uma suposta organização criminosa que opera a logística do garimpo ilegal no interior da Terra Indígena Munduruku, no município de Jacareacanga, Oeste do Pará. Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão contra empresários do Pará, Mato Grosso e Rondônia.

Os mandados, como informa a PF, foram cumpridos nos municípios Jacareacanga (PA), Santarém (PA), Itaituba (PA), Novo Progresso (PA), Sinop (MT), Alta Floresta (MT) e Porto Velho (RO). Foram apreendidos veículos de luxo, documentos, joias e ouro — possivelmente extraído ilegalmente da TI Munduruku, diz a Polícia Federal. Houve o bloqueio de bens e contas bancárias dos investigados, totalizando cerca de R$ 24 milhões.

“As investigações começaram com a identificação de comércios em Jacareacanga que davam suporte à extração ilegal de ouro dentro da Terra Indígena, fornecendo combustível para balsas e escavadeiras hidráulicas, transportando maquinários pesados pelos rios da região, facilitando o transporte aéreo do ouro por pistas de pouso clandestinas e viabilizando sua comercialização no mercado ilegal”, diz a nota da PF sobre o caso.

Foram apreendidos dispositivos eletrônicos, documentos, joias, ouro suspeito e veículos de luxo (Foto: Polícia Federal)

Com a operação de Desintrusão da TI Munduruku, em novembro de 2024, e a prisão de pessoas envolvidas com o garimpo ilegal, a PF verificou que os investigados migraram para outras cidades do Pará e até para outros estados, para evitar serem localizados.

“No entanto, todos os investigados foram localizados e responderão criminalmente pelos danos ambientais, pela usurpação de bens públicos da União e pelos crimes contra o povo indígena Munduruku, incluindo a violação de sua terra, cultura e costumes. Penas que somadas podem chegar a 12 anos de prisão”, conclui a PF, na nota sobre a operação desta quarta-feira.

O Fato Regional respeita o princípio da presunção de inocência e sempre abre espaço para a defesa dos mencionados em casos policiais — se os advogados ou envolvidos acharem conveniente quaisquer manifestações —, garantindo amplo direito ao contraditório.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)


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