quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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Operação da PF no Pará e mais 3 estados desmonta esquema de fraude em vestibular de medicina

Foram cumpridos 27 mandados de busca para apurar esquema criminoso no Pará, no Piauí, em São Paulo e no Tocantins. A PF informa que investiga pelo menos 30 investigados que teriam se associado para realizar as provas no lugar de terceiros ou fornecer as respostas para inserção nos sistemas, envolvendo um total de 63 pessoas envolvidas.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão para reunir mais provas dos crimes investigados, que chamaram a atenção dos policiais pela facilidade com a qual os suspeitos acessavam dados e informações (Foto: Polícia Federal)

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (16), a quarta fase da operação “Passe Livre”, com o objetivo de desarticular uma suposta organização criminosa que teria fraudado vestibulares de Medicina. A ação tem a meta de cumprir 27 mandados de busca e apreensão nos estados do Pará, Piauí, São Paulo e Tocantins. As fraudes ocorriam para que pessoas ingressassem em cursos de Medicina de faculdades particulares. A resolução das provas custava R$ 2 mil.

Por nota, a PF informa que a investigação é desdobramento das fases anteriores da operação “Passe Livre”, deflagrada em fevereiro, que desvendou fraudes contra o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2022 e 2023.  Até agora, cerca de 63 estão sob investigação pelo envolvimento no esquema nos quatro estados. Dessas, pelo menos 30 estavam associadas para realizar as fraudes investigadas. No Pará, as investigações estão sendo conduzidas pela Delegacia Federal de Marabá. No município, já ocorreram casos envolvendo estudantes que ganharam repercussão nacional.

“A fraude consistia em burlar o sistema de segurança das provas de vestibulares online de várias faculdades de Medicina, permitindo, por exemplo, que terceiros tivessem acesso às questões das provas. Em outros casos, um dos investigados realizava as provas no lugar dos beneficiários da fraude. Foram identificadas situações em que o grupo chegou a fraudar provas para 9 candidatos simultaneamente, utilizando-se de vários associados para resolver as questões da prova”, diz a PF.

Se confirmada a hipótese criminal, os envolvidos poderão responder pelos crimes de estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, além de outros que possam ser identificados ao longo da investigação, como explica a Polícia Federal. “O caso impressiona pela expertise e facilidade encontrada pelos criminosos em burlar os sistemas de segurança das provas online de vestibulares de medicina de várias faculdades”, segue a nota.

A princípio, a PF não está investigando a participação das faculdades particulares nos crimes. “Neste estágio da investigação, são tratadas como vítimas da prática dos crimes e das vulnerabilidades dos sistemas, aliado às habilidades dos criminosos em burlarem as provas online”.

Por fim, a PF explica que “Restou confirmado – através de comprovantes de transferências bancárias – pagamentos relativos à compra da resolução das questões das provas. Os valores pagos pela realização das fraudes eram divididos entre os responsáveis por resolver ilicitamente as questões das provas. Diante da repercussão nacional e da necessidade de repressão uniforme, foi exarada autorização do Ministro da Justiça e Segurança Pública para que a Polícia Federal investigasse o fato criminoso”.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)


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