A Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) estima que o transporte interestadual irregular aumentou em 30%, devido à pandemia de covid-19 — doença causada pelo coronavírus sars-cov-2. Muitas viagens foram restritas, impactando um setor que movimenta cerca de R$ 7 bilhões, anualmente, e emprega mais de 70 mil rodoviários. Foi quando o transporte clandestino entrou para afazer viagens indevidas. Ou suprir algumas demandas reprimidas.
A expectativa da Abrati é que o setor formal só volte a rever a normalidade a partir do primeiro semestre de 2021. Para isso, as empresas já estão investindo em protocolos de biossegurança sanitária; campanhas de incentivo à compra de passagens on-line; e conscientização dos passageiros para o uso de máscaras e álcool em gel dentro dos ônibus. Por ano, o setor transporte 50 milhões de passageiros.
Letícia Pineschi, conselheira da Abrati, analisa que o reflexo das perdas econômicas para o setor vai perdurar até o fim do ano. O maior desafio no momento é reconquistar a confiança do passageiro. Há empresas até fazendo promoções. Uma série de iniciativas estão sendo adotadas. Letícia revela que há um esforço conjunto das empresas de ônibus com a rede hoteleira, no sentido de reduzir custos aos passageiros.
“Estamos nos esforçando para mesmo num contexto de faturamento já reduzido, mantermos um lote de passagens em promoções, visando acolher a população economicamente abalada pela pandemia”, informa a conselheira. Esses esforços incluem investimentos em novas tecnologias e produtos sanitizantes. Tudo em harmonia com protocolos das agências de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Na pandemia, pelo menos 22 mil trabalhadores rodoviários acabaram perdendo o emprego. Daí Letícia reforça a necessidade de passageiros voltarem a usar o transporte formal. Para dar fôlego à economia formal. E iniciar a recuperação desses postos de trabalho.
A conselheira da Abrati recomenda atenção na hora de escolher uma empresa para viajar. As pessoas devem escolher ônibus autorizados a prestar o transporte rodoviário interestadual regular. “Infelizmente, a maioria das pessoas desconhece a diferença entre o transporte regular e o clandestino. E nem sempre o veículo irregular é um ônibus velho, caindo aos pedaços. Há organizações que têm investido robustamente no transporte clandestino, em detrimento da arrecadação fiscal e de postos formais de emprego. Todo ônibus regular só parte de terminais rodoviários e são os únicos que garantem a partida, independente da frequência mínima”, alerta Letícia.
(Da Redação Fato Regional, com informações de Socorro Ramalho / FSB Comunicação)