Pará avança na pecuária sustentável com identificação eletrônica de bovinos

Primeira “brincagem” com registro em associação de raça marca nova fase da rastreabilidade animal no Estado; até 2026, todos os rebanhos deverão ter identificação individual.
Rebanho paraense recebe identificação individual, fortalecendo a Pecuária Sustentável e a gestão eficiente. (Foto: Wesley Costa/Fato Regional)

A produção pecuária paraense dá mais um passo rumo à sustentabilidade com a adoção de novas tecnologias e ferramentas de gestão voltadas à saúde e ao manejo dos rebanhos.

A identificação individual de bovinos e bubalinos, implementada pela Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) por meio do Programa Pecuária Sustentável, já começou a ser aplicada no campo.

Em Capanema, no nordeste do Estado, 60 vacas de raça pura (P.O.) receberam brincos de identificação durante a primeira “brincagem” de animais registrados em associação de raça.

Um dos principais benefícios da ação é o aprimoramento da gestão da propriedade e do manejo do rebanho. A identificação individual permite monitorar o histórico de cada animal, incluindo ganho de peso, índices reprodutivos, vacinação e eventuais doenças.

O produtor rural Bruno Araújo, que participou da iniciativa com vacas da raça Tabapuã, destacou que a tecnologia trará mais eficiência e controle sanitário à sua propriedade.

Embora a Portaria nº 3.879 da Adepará isente os bovinos e búfalos registrados em associações de raça da obrigatoriedade de identificação individual, devido ao registro genealógico já existente, o produtor optou pelo uso do brinco eletrônico. O dispositivo facilita o manejo diário e a rastreabilidade dentro da fazenda, reforçando a segurança das informações sanitárias.

A “brincagem” fez parte de um treinamento sobre Bem-Estar Animal e Boas Práticas de Identificação Individual, voltado a operadores do Sistema de Rastreabilidade da Adepará e servidores das regionais de Castanhal, Capanema e Marajó. A capacitação, realizada na última quarta-feira (22), teve parceria do IDH e do Natcap.

Brincos de identificação individual aplicados em bovinos e bubalinos garantem rastreabilidade, controle sanitário e gestão eficiente do rebanho no Pará. (Foto: Natália Lima/ Adepará)

Segundo Graziela Oliveira, diretora de Defesa e Inspeção Animal da Adepará, a ação visa qualificar os servidores e introduzir inovações no campo.

“Estamos introduzindo novas práticas para capacitar nossos servidores, com ênfase no bem-estar animal, o que complementa as ações de rastreabilidade. Além das etapas virtuais, agora estamos combinando teoria e prática no campo”, afirmou.

O gerente regional de Capanema, Kid Almeida, reforçou a importância do treinamento para quem lida diretamente com os rebanhos.

“O curso sobre bem-estar animal vai nos ajudar no cotidiano. No campo, estamos constantemente em contato com os animais, realizando inspeções clínicas e aplicando a rastreabilidade, garantindo segurança e bem-estar durante todas as atividades”, explicou.

Servidores da Adepará participam de capacitação prática em Bem-Estar Animal e Boas Práticas de Identificação Individual, fortalecendo a rastreabilidade e a gestão sanitária no campo. (Foto: Natália Lima/Adepará)

Prazos e orientações aos produtores

Com menos de 90 dias para a implantação total do Programa Pecuária Sustentável, a gerente de Cadastro Agropecuário e Rastreabilidade, Barbra Lopes, alertou sobre os prazos.
“Atualmente, ainda é possível emitir a GTA (Guia de Trânsito Animal) para animais identificados e não identificados.

Mas a partir de 1º de janeiro de 2026, todos os animais que transitarem no Estado deverão possuir GTA e identificação individual, com dois brincos: um eletrônico (azul) e outro visual (amarelo)”, explicou.

Os brincos de identificação são fornecidos gratuitamente pelo Governo do Pará a produtores com até 100 animais. Para obter os itens e realizar a identificação, basta procurar a unidade da Adepará no município.

A partir de 1º de janeiro de 2026, toda movimentação de bovinos e bubalinos deverá ser acompanhada pela GTA e pela identificação individual dentro do Sistema Oficial de Rastreabilidade Bovídea do Pará (SRBIPA).

Já em janeiro de 2027, todos os rebanhos do Estado deverão estar identificados, consolidando uma nova era de transparência e sustentabilidade na pecuária paraense.


(Da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Pará).

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