terça-feira, 19 de março de 2024

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Pará está entre os estados com mais vítimas de violência no país, aponta IBGE

No Pará, foram realizadas 4.077 entrevistas em domicílios situados em diversos municípios
Crédito: Reprodução/WhatsApp

O Pará está entre os estados com maior proporção de vítimas de violência no Brasil, segundo o volume 5 da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estado é também um dos últimos no uso de equipamentos obrigatórios de segurança no trânsito.

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) é uma realização do IBGE em parceria com o Ministério da Saúde e proporciona um dos mais completos diagnósticos da saúde da população do Brasil, investigando condições sociodemográficas que interferem na saúde da população. O volume 5 da PNS traz estimativas sobre: acidentes de trânsito; violência; doenças transmissíveis; atividade sexual; e características adicionais do trabalho e apoio social.

A PNS 2019 teve sua coleta realizada em todas as unidades da federação, de forma presencial, entre os meses de agosto de 2019 até meados de fevereiro de 2020. A amostra contou com 108 mil domicílios investigados em todo o país. No Pará, foram realizadas 4.077 entrevistas em domicílios situados em diversos municípios.

O IBGE ressalta que a PNS é uma pesquisa amostral (semelhante às pesquisas de intenção de voto, em períodos de eleição). Por isso, seus valores absolutos e percentuais não são precisos, mas estão sujeitos a uma margem de erro, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%, ou seja, se a mesma pesquisa fosse realizada muitas vezes, 19 vezes em cada 20 pesquisas feitas os resultados ficariam dentro da margem de erro.

Violência

No módulo “violência” foi traçado o perfil sociodemográfico das vítimas, os impactos em sua saúde e características da violência sofrida. No Pará, a proporção de pessoas (com 18 anos ou mais) que sofreram algum tipo de violência nos 12 meses anteriores à entrevista foi de 19,1%, um dos mais altos do país.

Em números absolutos, estima-se que, no Pará, 1,1 milhão pessoas foram vítimas de algum tipo de violência. Desse total, 647 mil foram mulheres e 958 mil foram pessoas pretas ou pardas (sendo 840 pardas e 118 pretas). Das mais 1,1 milhão de vítimas da violência no Pará, a maioria (733 mil) tinha algum tipo de ocupação à época da violência sofrida. 133 mil dessas pessoas tiveram que interromper suas atividades habituais por conta da violência, sendo que 93 mil eram mulheres.

As violência psicológica atingiu 1 milhão (proporção de 17,6%) de pessoas no Pará. 601 mil dessas vítimas eram mulheres (19,3%) e 449 mil eram homens (15,8%). Pretos e pardos somaram 898 mil pessoas atingidas por violência psicológica (781 pardas e 117 pretas). As faixas etárias mais atingidas foram 18 a 29 anos (366 mil pessoas) e 30 a 39 anos (304 mil).

A violência física teve proporção de 5,4% no Pará. No total, foram 322 mil vítimas, sendo que 180 eram mulheres.

A violência sexual, considerando apenas crimes ocorridos nos 12 meses anteriores à pesquisa, teve percentual de 1% no Pará. Mas quando foi questionado às vítimas se a violência sexual havia ocorrido “alguma vez na vida” a proporção subiu para 5,9% (351 mil pessoas, sendo 304 mil só de mulheres).

Belém

Já na capital, Belém, a proporção de pessoas atingidas pela violência foi de 23,5%, o que representou 275 mil vítimas. Em números absolutos, foram atingidas 152 mil mulheres (23,1%) 123 mil homens (24% na proporção).

Foram alvo de violência um total de 223 mil pessoas pretas e pardas (195 mil pardas e 28 mil pretas ou, na proporção, 25,1% pardas e 21,7% pretas), enquanto as brancas somaram 50 mil (19,3%).

A violência psicológica atingiu 254 mil pessoas em Belém, sendo 138 mulheres e 117 homens. 214 mil dessas vítimas eram pardas e pretas (186 mil pardas e 28 mil pretas).


Belém teve 116 mil vítimas com ensino médio completo a superior incompleto; 56 mil vítimas eram do grupo “ensino fundamental completo ao médio incompleto”; 52 mil eram sem instrução a fundamental incompleto; e 51 mil vítimas tinham o nível superior completo.

 

Com informações do IBGE