Nos últimos 13 dias, de 18 até a manhã de 31 de março, 34 casos do novo coronavírus (Covid-19) foram confirmados no Pará. A doença já atingiu pessoas nas faixas etárias entre de 9 e 68 anos e somente nesta terça (31) foram oito novos casos confirmados.
Ao levar em conta o tempo de confirmação do primeiro caso no Pará, ocorrido em Belém, dia 18 de março, a infectologista Helena Brígido, vice-presidente da Sociedade Paraense de Infectologia (SPI), afirma que esse quantitativo de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus já era esperado.
Brígido destaca que a tendência é de crescimento nos casos nos próximos dias. “Não haverá queda nos próximos meses. A projeção para todo o país, e no Pará não é diferente, é o aumento do número de casos diante de 80% da população infectada estar assintomática. Portanto, o vírus está circulando entre pessoas e nem sabemos que tem a infecção”, afirma a estudiosa no tema.
A infectologista explica que ainda não há possibilidade de comparar o aumento nos casos no Pará com os demais estados brasileiros. “É difícil fazer a comparação com outros estados, porque existem epidemias em cada região do nosso país, por sermos heterogêneos. São diferenças de acesso geográficos, demografia, acesso a serviços de saúde, acesso a testes, profissionais com Equipamento de Proteção Individual (EPIs), etc.”.
No Pará, a taxa de transmissibilidade do vírus ocorre de uma pessoa para duas até cinco pessoas. Ela vale para cada 100 mil pessoas E a falta de proteção leva à transmissão. “Se a população estiver desprotegida, sem a distância de pelo menos um metro e meio, sem máscara protetiva, se for idoso ou tiver outra vulnerabilidade, a transmissão vai ocorrer”, frisa a infectologista, que é docente da Universidade Federal do Pará.
Ela enfatiza que é fundamental que a população mantenha o isolamento social, ficando em casa, o distanciamento social, a proteção individual e a calma. “O número de casos não será tão acentuado se houverem medidas de proteção. Além disso, precisa haver maior número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e EPIs em quantidade suficiente para os profissionais de saúde”, afirma Helena Brígido.
As principais medidas para ajudar a não aumentarem os casos de Covid-19 são:
- Distanciamento de uma pessoa para outra;
- Busca de serviços de saúde somente em casos de vírus respiratório que precise de medicamentos injetáveis ou de exames;
- Execução da etiqueta da tosse por todos os que estiverem com espirros e tosse;
- Lavagem das mãos;
- Uso de álcool em gel;
- Número adequado de leitos para casos da Covid-19;
- Equipamento de Proteção Individual (EPIs) para profissionais de saúde.
Fonte: O Liberal