sábado, 23 de novembro de 2024

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Pará tem o maior número de AVCs da região Norte

O Pará é o líder em internações por acidente vascular cerebral (AVC ou derrame) na região Norte, concentrando mais de 2 mil registros (60% dos casos), de janeiro a junho do ano passado. Segundo o Ministério da Saúde, no entanto, aproximadamente 90% dos casos de AVC podem ser evitados, dados divulgados em alusão ao Dia Mundial do AVC, lembrado nesta terça.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa que tem treinado profissionais em hospitais de referência e unidades básicas de saúde para lidar com o problema. Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS, o Estado registrou 1.897 internações por AVC entre primeiro de janeiro e primeiro de agosto de 2019, o que representa uma redução de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, explicou a Sespa.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o Brasil aparece na quarta posição no ranking de mortalidade por AVC, entre os países latino-americanos e o Caribe: a doença mata mais de 100 mil brasileiros por ano. Em quase metade das ocorrências, os pacientes que sobrevivem ficam com sequelas graves. O neurocirurgião Eric Paschoal, professor pesquisador do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA), ressalta que AVCs são a primeira causa de incapacidade e a segunda mais comum de mortalidade.

A região Norte concentra a maioria dos casos do Brasil. Existem dois tipos de AVC, explica Eric: por obstrução de vasos (isquêmico) ou extravasamento de vasos (hemorrágico). O segundo tipo é o mais devastador, geralmente em decorrência de pressão arterial alta demais. Pode ser tão perigoso quanto um infarto. Esses tipos de AVCs levam à formação de coágulos que podem ser maiores e com maior potencial de obstrução de vasos. Coágulos pequenos podem ser tratados com medicamentos. Os maiores exigem cirurgia.

O isquêmico é mais comum (cerca de 85% dos casos). Ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, devido a uma trombose ou embolia. A professora Milene Tyll, do curso de Enfermagem da Unama, explica que esse é o tipo mais rápido, tratável com medicação. O tipo hemorrágico, menos comum (nos demais 15% dos casos), ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral dentro do tecido cerebral ou na superfície, entre o cérebro e a meninge.

Vida mais saudável pode ser opção para driblar a doença


Como os mais frequentes fatores de risco para o AVC são a hipertensão, o colesterol alto, a obesidade, o diabetes tipo 2 e o tabagismo, Milene Tyll recomenda exercícios físicos, boa alimentação, controle de doenças, abandono de hábitos não saudáveis e constante monitoramento da saúde. Ela observa que os primeiros sinais de um AVC são a perda do tônus muscular de partes do corpo, boca entortando, dificuldade para falar e raciocinar. Testes de fala, sorriso e abraço podem indicar dificuldades e a necessidade de ficar alerta para o risco de um AVC. No AVC hemorrágico, os sintomas imediatos podem ser dor de cabeça intensa, desmaios, convulsões e perda da consciência. Podem ocorrer, ainda, inchaços em partes do corpo, dores agudas (sobretudo no peito), falta de ar, palpitações e manchas vermelhas.

 

 

Fonte: O Liberal