sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Paraenses estão entre vítimas de acusado de chantagens, estupros e assédio virtual

Mulheres e adolescentes molestadas podem passar de 200, em onze estados e Distrito Federal

Paraenses estão entre as vítimas do homem que foi preso há dez dias, em Juatuba, na Grande Belo Horizonte, em Minas Gerais (MG), suspeito de estuprar e cometer outros crimes sexuais contra mais de 100 mulheres e adolescentes em todo o Brasil, através de chantagens feitas pela internet. Segundo a polícia, os crimes abrangeram 11 estados e também o Distrito Federal e ocorriam desde 2015.

O acusado, o motorista de caminhão Roney Schelb, de 32 anos, foi detido no último dia 11 de outubro, durante a operação “Sodoma”. Ele foi preso guardando dados, imagens íntimas e conteúdos ponográficos de pelo menos 173 vítimas. O material foi encontrado catalogado em pastas de computadores na casa do acusado.

As mulheres chantageadas pelo mineiro são do Pará, Ceará, Paraíba, Sergipe, Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e também do Distrito Federal. A abrangência dos crimes cometidos nos vários estados foi detalhada pelo programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (20).

Denúncia deu origem ao caso

O caso veio à tona após a Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Informático e Fraudes Eletrônicas da Polícia Civil de Minas Gerais ter rastreado as atividades do caminhoneiro. Além das acusações de violação sexual mediante fraude e extorsão, estupro e estupro virtual, Roney Schelb deve responder pelo armazenamento de conteúdo pornográfico envolvendo oito menores de idade. As investigações apontam que Schelb pode ter cometido mais de 100 estupros com a ajuda da rede mundial de computadores.

A investigação durou 30 dias. Possivelmente, o número de vítimas pode chegar a 200 ou mais, avalia a polícia, que também considera que também possam surgir novas denúncias em outros estados.

Assédio ocorria em redes sociais

Segundo a polícia, o acusado criava perfis falsos em redes sociais. Ele se apresentava inicialmente como um “sugar daddy” – um termo que se refere a um homem que sustenta relacionamentos em troca de dinheiro. Quem se submete a esse tipo de relacionamento remunerado é identificado com “sugar baby“.

Após os contatos, Schelb prometia pagar quantias entre R$ 4 mil a R$ 10 mil por fotos íntimas. Porém, depois que conseguia as imagens, passava a chantagear as vítimas. Exigia que assinassem “contratos” de escravidão onde exigia favores sexuais e ainda que gravassem vídeos íntimos.

O delegado responsável pelo caso, Magno Machado Nogueira, afirma que as vítimas de Schelb eram obrigadas a filmar relações sexuais com animais e com desconhecidos nas ruas. O acusado ameaçava mostrar as fotos para famílias e conhecidos das vítimas também em colégios e locais de trabalho. A polícia diz que suspeito atraía as vítimas para Minas Gerais e até mesmo viajava até os estados onde elas moravam para consumar os estupros.

Rede de exploração sexual é investigada

As investigações da operação Sodoma descobriram as atividades de Schelb enquanto monitoravam redes sociais para apurar casos de favorecimento à prostituição. Uma das vítimas denunciou seu caso à polícia, o que permitiu chegar a outras mulheres estupradas presencialmente ou virtualmente.

Na casa de Roney Schelb em Juatuba, a polícia encontrou apetrechos sexuais, lubrificantes e fantasias, além de smartphones, notebooks e mídias com vídeos pornográficos com adultos e adolescentes.

À polícia, Roney negou as acusações e minimizou a caracterização de seus atos como estupros – que, segundo seu entendimento, seriam de crimes ligados a “atos de violência”. O acusado disse que “nunca fez nada disso” e que seria “inocente”.


Procurada este domingo pela redação integrada de O Liberal, a assessoria da Polícia Civil do Pará informou que a investigação sobre o caso compete inicialmente à Polícia Civil de Minas Gerais, e que poderia confirmar apenas na manhã desta segunda-feira (21) se o suspeito está sendo investigado também por autoridades paraenses, bem como o possível número de vítimas envolvidas no Pará.

 

Fonte: O Liberal