sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Pessoas que tiveram covid-19 podem doar sangue após 30 dias, garante médica

Especialista afirma que não há evidência de contaminação por transfusão de sangue
Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Segundo a médica hemoterapeuta do Hospital Sírio-Libanês, Roberta Fachini, pessoas que já tiveram covid-19 podem doar sangue, desde que respeitem um período mínimo após a melhora completa de sintomas, ou seja, é necessário que aguardem 30 dias depois que todos os indicativos da doença tenham desaparecido.

Em entrevista concedida à Agência Brasil, a profissional informou que ainda não há evidências científicas de que o Sars-CoV-2 possa ser transmitido através de transfusões de sangue. Contudo, a médica ressalta que os bancos de sangue e hemocentros têm tido cautelosos em relação ao assunto, como forma de prevenção.

“Felizmente, esse vírus, apesar de ser detectado, por exames de biologia molecular, também na corrente sanguínea, não existe nenhuma comprovação científica de que essa quantidade de vírus seja capaz de infectar um paciente pela via transfusional. Mas, de qualquer forma, o critério de 30 dias após plena recuperação dos sintomas tem sido bastante aceito, é o praticado mundialmente, como critério de segurança adicional”, afirma.

A especialista informou ainda que “a medicina leva um tempo de amadurecimento. Assim como ocorre com as vacinas, só o tempo irá nos dizer se transmite ou não por transfusão. Nesse momento, se existir uma transmissão transfusional, tem sido muito incipiente, muito reduzida, porque não tem sido evidenciado isso por toda essa vigilância que a comunidade médica tem feito”. A médica reforça que atualmente, o que se verifica é que o contágio está relacionado à interação com mucosas e a uma série de fatores imunológicos.

Durante a triagem para doação de sangue, os profissionais de saúde buscam saber se o potencial doador teve contato recente com paciente diagnosticado com covid-19, ou seja, que testou positivo, o que pode até identificar candidatos assintomáticos. Eles indagam também se o voluntário apresentou febre nos últimos 14 dias, sintomas gripais, como falta de ar, tosse e coriza, perda de paladar ou paladar distorcido, perda de olfato e cefaleia.

“É diferente do risco de transporte ou do supermercado, que a gente não sabe se entrou ou não em contato com o vírus. Mas se teve alguém que trabalha com a gente ou da mesma casa, com diagnóstico recente, a gente pede que esse doador não doe nesse momento e aguarde um período de quarentena, para ver se vai manifestar algum sintoma ou não, que são os 14 dias de quarentena”, explica Roberta.


“E nesse momento, a gente orienta também que, caso nos dias pós doação, apresente qualquer sintoma de covid-19, com diagnóstico ou não, com sintoma suspeito, que avise imediatamente ao banco de sangue, porque muitas vezes a gente tem condição de bloquear algum hemocomponente produzido a partir da doação que ainda esteja em estoque”, disse.

 

Fonte: Agência Brasil