A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (28) a Operação Barões do Filão, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em garimpo ilegal no Amazonas e em crimes conexos, como lavagem de dinheiro e exploração de trabalhadores em condição análoga à escravidão.
Os policiais federais cumpriram 4 mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão em diferentes estados, com destaque para os municípios paraenses de Novo Progresso e Itaituba, que figuram como pontos estratégicos na cadeia logística da mineração ilegal na região amazônica. As ações também ocorreram em Sinop (MT), Porto Velho (RO) e Regeneração (PI).
Além das prisões, a Justiça Federal determinou o sequestro de bens e bloqueio de ativos no valor de R$ 74,1 milhões, montante equivalente ao dano ambiental causado pelas atividades criminosas.

Investigações no “Filão dos Abacaxis”
A apuração começou após fiscalizações no local conhecido como “Filão dos Abacaxis”, no interior do Amazonas, considerado um dos garimpos mais rentáveis da América Latina. Durante a operação em campo, cerca de 50 trabalhadores foram resgatados em condição análoga à escravidão.
Segundo a PF, a área era administrada por um proprietário que arrendava poços de mineração a terceiros. Esses arrendatários contratavam trabalhadores para a extração ilegal, utilizando substâncias tóxicas como o cianeto, o que agravava os impactos ambientais.
Conexões regionais
O desdobramento da operação em Novo Progresso e Itaituba reforça a importância desses municípios paraenses na logística da mineração ilegal, tanto pelo fornecimento de insumos quanto pela movimentação de recursos. As cidades vêm sendo apontadas de forma recorrente em investigações sobre crimes ambientais e financeiros ligados ao garimpo.
A Operação Barões do Filão é um desdobramento da Operação Mineração Obscura e contou com apoio do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI-Amazônia), que integra esforços dos nove estados da Amazônia Legal e de nove países que compartilham a floresta em seus territórios.
(Da Redação do Fato Regional, com informações da Ascom/PF Amazonas).
Siga o Fato Regional no Facebook, no Instagram e no nosso canal no WhatsApp!