O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou o inquérito que investiga uma suspeita de interferência na Polícia Federal por parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ministro também deu um prazo de cinco dias, a contar desta sexta-feira (27), para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) opine sobre a desistência do presidente em depor.
A decisão de Bolsonaro, de não depor, foi informada, nesta quinta-feira (26), pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao STF. O inquérito foi aberto em abril, a partir das denúncias feita pelo ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro.
Moro, que era uma das estrelas do governo Bolsonaro, pediu demissão após se se sentir constrangido, em uma reunião, em que o presidente estaria tentando interferir na PF para proteger familiares e aliados políticos.
A AGU informou que o presidente decidiu “…declinar do meio de defesa que lhe foi oportunizado unicamente por meio presencial no referido despacho”, em relação ao depoimento. O governo tentava autorização para que Bolsonaro pudesse apresentar depoimento por escrito, em vez de comparecer presencialmente.
Desde 17 de setembro, justamente por conta da indefinição sobre o depoimento do presidente, o inquérito estava paralisado. Em 11 de setembro, antes da aposentadoria do ministro Celso de Mello, que era o relator do caso, ele havia dito que o presidente deveria depor pessoalmente, ainda que ficasse em silêncio.
Após o comunicado se tornar público, o advogado Rodrigo Sánchez Rios, da defesa de Sérgio Moro, divulgou uma nota dizendo que “A defesa do ex-ministro Sergio Moro recebe com surpresa o declínio do presidente da República de atender à determinação para depor em inquérito no qual é investigado.
A negativa de prestar esclarecimentos, por escrito ou presencialmente, surge sem justificativa aparente e contrasta com os elementos reunidos pela investigação, que demandam explicação por parte do presidente da República”.
(Da Redação Fato Regional, com informações do G1)