quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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Polícia investiga escola infantil por prender crianças com ‘camisa de força’ no banheiro

Além desse caso, a escola já havia sido investigada há cerca de dois anos pela polícia por suspeita de maus-tratos contra um aluno
Uma mãe identificou o filho de quase 2 anos nos vídeos que circulam na internet (Reprodução/Redes sociais

Uma escola infantil particular está sendo investigada pela Polícia Civil por suspeita de maus-tratos de alunos, depois que um vídeo começou a circular nas redes sociais mostrando pelo menos quatro crianças chorando, amarradas com os braços presos por panos como se estivessem imobilizadas por “camisas de força“. As informações são do portal G1 São Paulo.

Nos vídeos as crianças aparecem dentro de um banheiro, sentadas em cadeirinhas de bebês, no chão, embaixo de uma pia e próximas à privada. Uma das mães disse ao G1 que identificou seu filho em dois vídeos.

O G1 apurou que as imagens foram gravadas dentro da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, na Vila Formosa, em São Paulo, que é alvo de um inquérito policial aberto no Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) da 8ª Delegacia Seccional. Além do crime de maus-tratos, a delegacia investiga a unidade escolar por suspeita de periclitação da vida e da saúde, que seria colocar a vida das crianças em risco, e submissão de crianças a vexame ou constrangimento.

A denúncia chegou há pelo menos duas semanas ao Cerco-8 e a polícia ainda tenta identificar quem fez as filmagens. Até o momento ninguém foi responsabilizado pelos crimes.

Colmeia Mágica atende crianças com menos de 1 ano de vida até 6 anos de idade, que são do berçário ao Jardim 2. Além desse caso, a escola já havia sido investigada há cerca de dois anos pela polícia por suspeita de maus-tratos contra um aluno. E em 2010, uma aluna de aproximadamente 4 meses, morreu num hospital após ter passado mal dentro da unidade escolar.

Com essas informações, a investigação pediu um mandado de busca e apreensão na escola por haver indícios de que os crimes seriam recorrentes. Na semana passada, a Justiça autorizou que policiais fossem recolher lençóis que poderiam ter sido usados para prender as crianças. O celular da diretora da unidade escolar também foi apreendido para análise. Peritos confirmaram ainda que os vídeos que circulam na web e mostram as crianças amarradas foram gravados dentro da escolinha.

Trauma

A mãe que identificou o filho de quase 2 anos nos vídeos que circulam na internet prestou depoimento à polícia. “Identifiquei meu filho em dois vídeos. O primeiro, ele estava em um banheiro com mais quatro crianças amarradas, e no segundo, estava chorando com mais três bebês em uma sala no escuro”, disse a mãe.

Segundo ela, seu filho ficou com sequelas em razão do trauma que sofreu. “Vem apresentando um nervosismo intenso, dificuldade para dormir, ele chora quando vamos colocar ele na cadeirinha do carro, sabe. Nós achávamos que era de desenvolvimento dele, mas hoje com todas essas informações sabemos que é devido à forma que ele era tratado. Ele estudava lá desde os 11 meses.”

Castigo

Outra mãe, de uma menina de 1 ano e 4 meses, contou que “algumas professoras informaram que as crianças passavam o dia todo de castigo na sala dela [da diretora]” e que “as crianças que estavam fazendo desfralde ficavam trancadas no banheiro por horas”.

bebê dela ficava no berçário. “Minha filha ficava sem comer. As crianças que choravam muito eram amarradas no bebê conforto com um lençol, como se fosse uma ‘camisa de força‘ e deixava eles trancados dentro do banheiro.”

Água gelada no rosto

A mãe de uma outra criança contou que o filho de 2 anos voltava chorando para casa depois de ficar na escola. “As professoras falaram que não sabiam o que acontecia lá dentro, mas ouviam os gritos dele chorando muito e ela [diretora] gritando, mandando ele calar a boca”.


Ela disse que ainda ouviu de uma professora que “a diretora jogou um copo de água gelada na cara dele [do seu filho] e mandou ele acordar para a vida.”

 

 

 

 

 

 

Fonte: O Liberal